O músico Cledivan Almeida Farias, conhecido por todos como Ximbinha, e mais comentado ainda pela sua rumorosa separação com a cantora Joelma, com quem dividiu entre 1999 e 2015 a Banda Calypso é, apesar de tudo, um grande guitarrista e produtor.
Os escândalos, fofocas e a enorme fama que a banda teve durante a sua existência, parece que jogaram, merecidamente, para segundo ou terceiro plano o talento do músico. Não é para menos. Ximbinha, que despontou ainda menino – aos 18 anos ele já era o produtor musical mais conhecido de Belém – viu tudo desmoronar por conta de seu comportamento agressivo.
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Em 2018, Joelma resolveu abrir pela primeira vez as sucessivas agressões que sofreu do guitarrista. Chegou, segundo ela, a ficar trancada em um quarto de hotel durante três dias para esconder os hematomas no rosto. Após este primeiro episódio, ocorrido em 2000, ela acreditou na promessa que não aconteceria novamente e seguiu adiante.
O músico continuou a agredindo e bebendo cada vez mais, segundo ela. Apenas em 2015, com três filhos e a fama que ultrapassava as fronteiras do estado e, principalmente do marido, pediu o divórcio e seguiu com uma carreira vitoriosa.
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Ximbinha, por sua vez, continua gravando, tenta várias formações, desde música instrumental até outras mais populares e cantadas, como a sua nova Banda X, mas rasteja com pouquíssimos seguidores nas plataformas digitais, uma sombra do que foi um dia ao lado da ex-esposa.
Para se ter uma ideia, a página dela no Spotify tem quase 170 mil seguidores enquanto a dele não chega a dez mil. Nenhum dos dois conseguiu, até hoje, superar o sucesso da Banda Calypso.
O fato é que, conforme dito acima, é impossível não ressaltar que se trata de uma pena, um talento atirado ao lixo por mérito próprio, é bom que se ressalte isso. Ximbinha é um dos destaques da guitarrada, gênero do Pará que ganhou o país e o mundo com uma alegre e inventiva mistura de choro com o carimbó, merengue, cúmbia, mambo, bolero, Jovem Guarda, brega, entre outros.
Entre os destaques da guitarrada estão músicos como Mestre Vieira, considerado o criador do gênero, Aldo Sena, Mestre Marajó entre outros.
Entre os álbuns cultuados do movimento está, por exemplo, o “Guitarras que Cantam”, de Ximbinha. Com um toque elegante, inventivo e preciso ele universaliza, assim como fez com a Banda Calypso, tanto a guitarrada quanto a moderna música do Pará.
Assim como vários outros profissionais de inúmeras áreas que conhecemos, o músico nos desafia entre reconhecer seu talento e repudiar seu comportamento.
Um talento, enfim, desperdiçado pelo caráter.