No meu partido, o PSOL, não houve quem deixou de cerrar fileiras para a campanha de Lula-Alckmin na imperiosa batalha contra o protofascismo perfilado pela candidatura de Bolsonaro.
Tal como em 2018, o PSOL cumpriu o importante papel da esquerda de combate contra a extrema direita.
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A diferença, nesta eleição, não foi sobre a amplitude da tarefa - ao menos no meu partido - mas, sobre a composição das forças empreendidas.
Faço parte do grupo (44% do partido) que defendeu que deveríamos ter apresentado candidatura e programa próprios.
Isto não era traição, nem minimizar a tarefa de derrotar o protofascismo (Janones e Tebet que o digam), mas sinalizar um programa e prioridades no amálgama complexo de derrotar a ultradireita sem se confundir com a direita.
Como a melhor parteira da História é sempre a realidade concreta, o que vemos, afinal?
Companheiros entusiastas da adesão à Frente Amplíssima sem qualquer condicionalidade, reclamando, chorando e lamentando que a equipe de transição - coito interrompido da lua de mel - não contemplou seus delírios supostamente de esquerda, aninhados em uma composição de governo que sempre foi e disse ser mais à direita do que a melhor composição de 2002.
Derrotamos Bolsonaro.
Esta era a tarefa a cumprir na última eleição.
Imaginar que junto com o voto na Frente Amplíssima viria a esquerda era ou delírio ou dissimulação.
Aos adesistas, restam lágrimas de crocodilo.
A nós, que sempre lutamos para derrotar não só Bolsonaro, mas o bolsonarismo e o ultraliberalismo que lhe foi chocadeira, estaremos nas ruas como sempre estivemos.
Avante e sempre.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum.