Neste sábado, 22 de janeiro de 2022, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, completa 38 anos e marca a fogo sua importância na História do Brasil e relevância na luta por justiça e igualdade no campo. Falamos da 5° maior nação do planeta em território e de uma das mais pornográficas desigualdades na distribuição dessas terras, o que gera tensão, miséria e disputas vergonhosas. A reforma agrária no Brasil é a questão de ordem social mais antiga a nos afligir, remontando a estrutura fundiária da colonização ibérica.
Os insultos covardes, a desinformação patrocinada pelo grande capital e pela mídia hegemônica empresarial, aliados aos constantes ataques promovidos pelas forças de segurança a serviço das oligarquias e da elite mesquinha etiquetaram de maneira indelével uma pecha estigmatizante no MST: invasores, destruidores e incivilizados.
O aguerrido Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra é exatamente o oposto disso: quer justiça no campo para que comida saudável e abundante chegue a todos, apenas constrói e edifica com a estrutura invejável de que dispõe, além de transbordar cultura, ciência, arte, mobilização e tolerância, ofertando livros, razão e luz a quem sempre se viu lançado aos cabos de enxadas e foices.
Na dura jornada dos dois anos de pandemia, jamais um grupo, entidade, empresa, conglomerado ou órgão público produziu e doou o volume de alimentos que o MST destinou às refeições de milhões de brasileiros. Nesse período, 6 mil toneladas de alimentos e 1.150.000 marmitas encheram barrigas de multidões em todas as regiões do país, ao passo que o governo que se autoproclama cristão e conservador apenas impôs sofrimento e carestia a seu povo.
O MST segue mais forte do que nunca, operando em cada palmo de terra remoto e reivindicado desse país continental. Segue disciplinado, organizado, pautado e vigilante. A objetivo é desmentir e sepultar a velha máxima do verso de ‘Admirável Gado Novo’, de Zé Ramalho, quando lamenta que “é duro tanto ter que caminhar, e dar muito mais do que receber”.
De sol a sol, no calor do semiárido ou no frio das terras altas do Sul, o MST quer justiça e dignidade e isso envolve a necessidade inequívoca de equilibrar a dinâmica de “dar e receber”. O garrote vil que esmigalha o povo brasileiro e esbugalha os olhos dos mais desalentados, apertado diretamente pelas mãos tirânicas e malditas de Bolsonaro e das frações reacionárias que o patrocinam não ferirão o Brasil de morte, tão pouco ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
São 38 anos de luta, de sofrimento, mas também de conquistas e crescimento. São 38 anos de mortes, mas também de legiões de brasileiros que nasceram para o movimento e para a batalha por uma sociedade digna.
Vida longa ao MST e ao homem do campo!