Chegou, finalmente, 2022. Tudo que se ouvia poucas horas antes da passagem de ano era o entusiasmo e a pressa em refazer o futuro e os rumos do Brasil. Não dá mais para respirar. A fedentina do ódio irracional empesteia tudo, essa névoa sulfurosa foi aos limites da sobrevivência.
Sob o domínio do que há de mais dantesco, mesquinho e de mau-caráter, é notório o sentimento de desespero de milhões de brasileiros que não veem a hora de se livrar do peso-morto que por uma desgraça da vida cruzou seu destino com o da nação.
É muita euforia. Muita mesmo. Não me recordo, em qualquer situação ou período que já tenhamos vivido, de gente aos montes enfatizando seus únicos desejos para o novo ano que está começando: Mudar! Acabar com esse inferno! Lançar descarga abaixo esse estrume odioso de volta às fossas da História.
A pior parte já foi e também já estivemos muito mais longe da caixa acoplada do que agora. Prendamos a respiração só mais um pouco, sejamos pacientes.
O Brasil precisa voltar à normalidade e todo esse esforço e resistência serão recompensados. Não dá mais para ouvir quatro ou cinco escatologias diárias, ver a dilapidação do Estado pelas mãos de cínicos parasitas, a fome como elemento banal e acreditar que é possível viver com naturalidade num ambiente insalubre como esse.
Não é algo ruim. É algo desumano, humilhante e indigno.
Calma, falta pouco… Vai acabar! Agora é só ter paciência.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.