Muito se falou das micaretas bolsonaristas e das trollagens de gente bem-humorada infiltrada nelas. Mas pouco se mostrou sobre a capilaridade dos atos do Grito dos Excluídos.
Em sua 27ª edição, o Grito dos Excluídos, que ocorre todo 7 de setembro, tem a intenção de trazer as pautas históricas e as mais urgentes da classe trabalhadora, para a construção de uma verdadeira independência do Brasil onde todos e todas tenham direito à cidadania.
Não há país no mundo que seja desenvolvido com 20 milhões de famintos como é hoje a realidade do Brasil. Não há independência sem um país soberano, sem segurança alimentar, sem setores estratégicos fortes como o energético da Eletrobras a Petrobras para o desenvolvimento industrial.
Por isso é tão importante falar do Grito dos Excluídos que trazem as verdadeiras pautas da classe trabalhadora.
Capilaridade invisível na mídia
Em mais de duzentos municípios de Norte ao Sul do país milhares de brasileiros e brasileiras saíram às ruas para defender a democracia, os direitos, as políticas públicas, a soberania nacional e para gritar em alto e bom som: Fora Bolsonaro! Mas infelizmente, o Brasil dos excluídos do poder e da cidadania foi invisibilizado também na cobertura midiática.
A mídia progressista deu muito mais visibilidade às bizarrices dos atos Bolsonaristas que ao Grito dos Excluídos.
Parcela de influencers da mídia progressista ajudaram, inclusive, a desmobilizarem os atos do Grito dos Excluídos e Fora Bolsonaro. Havia cautela, eles acreditaram que Bolsonaro buscava um cadáver. Mas o que vimos foi mais uma vez o ridículo, o absurdo, a bizarrice e o crime caracterizam os atos Bolsonaristas.
Atos nas capitais e nos grotões do país
Em várias capitais, sindicatos CUTistas e MST distribuíram alimentos aos famintos.
Em São Paulo, o Vale do Anhangabaú, histórico espaço de resistência da esquerda, foi retomado. Enquanto no ato da Paulista, os bolsonaristas gritavam todo o seu ódio contra as instituições democráticas, no Anhangabaú a CUT e o MST distribuía alimentos orgânicos neste Brasil que voltou para o mapa da fome e contamina solo, água e ar com agrotóxicos proibidos no restante do mundo civilizado.
O Grito dos Excluídos e o Fora Bolsonaro ocorreu em todas as capitais do país, nas regiões metropolitanas e também nos grotões do Brasil profundo.
Nem as fortes chuvas de Florianópolis impediram a militância de sair às ruas contra Bolsonaro e pelos Excluídos:
Nas médias e grandes cidades como Jundiaí, Ribeirão Preto, Sorocaba, Campinas oa atos Fora Bolsonaro/Grito dos Excluídos consideráveis:
Há 800 quilômetros de Salvador, no sul da Bahia, várias cidades se mobilizaram para as pautas histórias e conjunturais: vacina no braço, comida no prato. Em Teixeira de Freitas, Bahia, com 160 mil habitantes o ato foi expressivo
Em Picos, Piauí, cidade com cerca de 78 mil habitantes os movimentos populares e sindicais também organizaram manifestações:
O mesmo aconteceu em Cananéia, litoral sul de São Paulo, cidade com 12 mil habitantes:
Os atos do Grito dos Excluídos/ Fora Bolsonaro não se reduziram aos protestos contra as políticas neoliberais de Guedes e Bolsonaro, a esses se somou a solidariedade, tão necessária em tempos de Brasil que retorna ao mapa da fome.
Petroleiros: feijoada para enfrentar as armas
O Sindipetro-NF vem desenvolvendo ao longo de meses ações de solidariedade junto à população mais pobre de Campos-RJ, como o projeto Petroleiro solidário, onde com ajuda da categoria são distribuídas cestas básicas, coleta de caixas de leite para a confecção de mantas térmicas, distribuição de cobertores, venda de botijão de gás a preço de custo entre outras ações solidárias.
No 7 de setembro, os petroleiros do Norte Fluminense concentraram suas ações do Grito dos Excluídos na doação de quentinhas com feijoada para as pessoas em situação de rua, como a praça São Salvador e Jardim São Benedito.
De acordo com Tezeu Bezerra, coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense: " O número de desemprego no país só aumenta e os alimentos de consumo básico para a população subiram de forma absurda, não temos um governo capaz de fazer políticas públicas voltado para os que realmente precisam".
Quanto a nós da mídia progressista precisamos dar menos atenção às pautas bolsonaristas e mostrar este Brasil organizado, progressista, valente, capilarizado que vêm construindo um novo Brasil solidário.