Calma! Eu não concordo com essa ideia. Mas é um “conselho” que tomou parte das redes nesses últimos dias. Com a promessa de violência por parte de bolsonaristas nos atos de amanhã, 7 de setembro, parte dos “moderados” resolveu aderir a um discurso, como sempre, aparentemente “apaziguador”. Não é de se estranhar que os maiores defensores do gesto “prudente” de não ir às ruas parte exatamente da turma da “terceira via”.
Aqui e ali, pessoas, famosas ou não, políticos ou não, começaram com o discurso da suposta “prudência” em não ir para os atos do 7 de Setembro contra Bolsonaro, já que nos grupos de WhatsApp bolsonaristas a chamada tem sido praticamente para a guerra. Mas até que ponto é a agenda bolsonarista que pautará as ações daqueles que lutam pela liberdade e por justiça social?
O “Grito dos Excluídos”, por exemplo, é um ato que acontece há 26 anos. Esta será a sua vigésima sétima edição. VIGÉSIMA SÉTIMA. Nunca foi um ato de proporções gigantescas, mas sempre pautou sua luta junto ao povo sofrido e explorado do Brasil. Este ano junta-se ao movimento “Fora Bolsonaro”. Mas… Não é que Bolsonaro também resolveu entrar na parada e marcar justamente para o “Dia da Independência” seu ato maior de demonstração de força? Pois amanhã a trupe bolsonarista estará nas ruas pedindo pelo fim da democracia e dando carta branca para Bolsonaro instaurar sua tão desejada ditadura. Ele foi eleito para isso!
E qual a proposta dos moderados? Que saiamos das ruas! Que deixemos todo espaço aos detratores da democracia, aos defensores da violência, aos apoiadores do mito, aos desejosos de uma teocracia miliciana que obrigue todos os brasileiros a dizer amém, literalmente, aos perversos discursos do seu falso messias, e estabeleça logo o Reich teocrático milicianarista dos últimos dias.
Mas, uma coisa me ocorre: se já tememos a primeira ameaça de força e violência dessa turma, o que será de nós se conseguirem seus intentos? Quem tem medo da primeira ameaça não se calará caso o golpe desejado aconteça? Não nos enganemos, os “moderados” de hoje serão os “isentões” de um período ditatorial. Os que temem a ameaça enfrentarão a realidade? Jamais! Somos nós por nós, ou não seremos nunca!
Não dá pra fugir das ruas! Lá é o nosso lugar de luta… E de morte, talvez! Sempre foi assim nos momentos cruciais da história! Não é que eu não tema a violência bolsonarista, mas ela já está estabelecida, não só amanhã… No dia-a-dia. Eles já estão soltos por aí, impondo o medo e o terror. Não é que não tenha medo, é enfrentar o medo, enfrentar a ameaça e, se preciso for, enfrentar a realidade caso consigam impor a tão sonhada ditadura.
Só não dá mais pra fingir que eles já nos ameaçam todos os dias, todas as horas. E não dá pra fugir das ruas. Não agora! É tarde demais!
“Nada a temer, senão o correr da luta!
Nada a fazer, senão esquecer o medo!”
E amanhã, estarei nas ruas… Como sempre estive! Custe o que custar! Ainda mais para um seguidor de um camarada da periferia que disse que quem o seguisse, tomaria a sua cruz… E não foi “prudente” quando a ameaça (e a realidade) apareceram diante dele. Enfrentou a morte!
E só onde há mortes… haverá ressurreições!
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.