27 de setembro de 2011. O já ex-presidente Lula recebia o título de doutor honoris causa do Institut d'Études Politiques de Paris, a prestigiada SciencesPo. Aquela não foi a única honraria do tipo: o líder político brasileiro recebeu outros 35.
“Mesmo sendo derrotado tantas vezes, como eu fui, eu continuava acreditando que um dia a gente poderia ganhar, para provar que a gente teria condições de fazer mais do que a elite política brasileira tinha feito até então. Era quase que um orgulho pessoal, eu diria que quase que um orgulho de classe, provar que um trabalhador que não tinha diploma universitário poderia fazer tanto ou mais do que aqueles que tinham governado meu país com um diploma”, disse Lula em seu discurso no histórico edifício da Rue Saint-Guillaume, no quartier Saint-Thomas-d’Aquin.
Lula é um caso inequívoco de prelado político respeitado mundialmente. E isso não se deve apenas à famosa cena em que Barack Obama, numa reunião do G20 em Londres, em abril de 2009, diz que ele é “o cara” durante uma conversa informal, na frente de outras autoridades internacionais. A forma como foi e segue sendo reconhecido por inúmeras instituições com peso planetário é a comprovação de que o Brasil um dia já teve um líder de quem se orgulhar.
Nem a farândola promovida pelos desmandos arbitrários e de ocasião da Lava Jato, encabeçada pelo fugitivo Sergio Moro, foram capazes de enterrar a reputação do homem que, mesmo após o desastroso e trágico choque de barbarismo promovido pelo governo da morte em vigor, figura hoje como a principal aposta e esperança dos brasileiros para recuperar o primado da civilização nas eleições do ano que vem.
Dez anos depois, o retrato do Brasil para o mundo é de um homem vil, asqueroso, cercado de sanguessugas orgulhosos do mau-caratismo que os une, comendo pizza com a mão lambuzada de pepperoni numa calçada, enxotado da ONU por seu negacionismo tosco, ridicularizado nas mais longínquas nações da Terra. Comer churrasco atrás de um biombo, sendo xingado, numa calçada de Nova York, foi o que nos sobrou
Esse triunfo do mal há de cessar. O povo brasileiro provou da pior forma o sabor funesto do sadismo ao lançar o futuro do país nas mãos de um aloprado aventureiro. Miséria, fome, inflação, doenças, milhares de mortes e desesperança. O legado do ridículo e do absurdo acabará e o Brasil retomará seu protagonismo e seu orgulho ferido.
Cenas como a de Lula, dizendo à intelectualidade parisiense como é que se faz, devem servir como injeção de ânimo para que superemos o maior desastre de nossas gerações.