O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federa (STF), mandou um recado bem direto para o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta quinta-feira (22), em meio à confusão institucional criada pelo chefe do Executivo com a ladainha do voto impresso e de seu ministro da Defesa que teria ameaçado um golpe contra Arthur Lira, segundo o Estadão.
“No Brasil de hoje não é de se espantar que um líder populista se recuse a obedecer às regras vigentes, que queira suas próprias regras para disputar as eleições e que se recuse a ter seu legado escrutinado pela sociedade no bojo de uma eleição política. É disso que se faz a democracia, de eleições periódicas”, disparou o juiz da Suprema Corte, sem mencionar o nome do presidente da República.
A declaração foi dada durante um evento da organização Transparência Eleitoral, convocado justamente para rebater as acusações infundadas de Bolsonaro sobre a segurança do sistema eleitoral brasileiro. O líder extremista impõe como condição para a realização da eleição presidencial de 2022 a implantação de um sistema de voto impresso.
Fachin também fez duras críticas ao modelo defendido por Jair Bolsonaro e considerado pelo presidente “ideal e seguro”, classificando o voto impresso como pernicioso, antieconômico e ineficaz. Para o ministro, que será o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir de fevereiro de 2022 (portanto durante as próximas eleições) as reclamações reiteradas e denúncias repetitivas proferidas pelo atual ocupante do Planalto “se assentam em acusações de fraudes vazias de provas e sem respaldo na realidade”