Em movimento coordenado com as Forças Armadas, Bolsonaro sinaliza que vai impedir as eleições em 2022 e escancara definitivamente seu projeto ditatorial A conjuntura se acelerou muito. Não é pouca coisa a escalada verbal do presidente neofascista - combinada com notas ameaçadoras dos milicos. Desde que saímos da ditadura militar nunca um presidente havia ameaçado não permitir a realização das eleições.
Bolsonaro sempre pretendeu fechar o regime. Ele nunca deixou dúvidas. Trata-se de um governo neofascista e autoritário. O Brasil está mergulhado na crise econômica e social, no desemprego, na fome, chorando a morte de mais de 530 mil pessoas. Com a CPI, o governo se desnuda por completo, pois apareceu sua face corrupta. As pesquisas eleitorais deixam nítido que Lula pode ganhar de Bolsonaro no primeiro turno.
Os movimentos do bolsonarismo são articulados com a ofensiva das Forças Armadas. Quem ainda tinha alguma dúvida ou esperança, agora fechou o quadro. O conjunto das três armas não só é a coluna vertebral do governo Bolsonaro como está na linha de frente da escalada golpista.
A grande mídia ainda soa titubeante. Apesar das reações duras de Barroso e Renan Calheiros – e do correto pronunciamento do presidente do Senado – o tom geral é ainda de conviver com certa normalidade.
Editorial da Globo interpreta o momento como verborragia de Bolsonaro que apenas tenta “tirar o foco da realidade”; defendem serenidade.
A esquerda parece subestimar a gravidade do momento. Como se os xingamentos e afirmações de Bolsonaro fossem apenas parte do jogo usual. Como se os militares não tivessem se colocado explicitamente como um poder superior, uma instituição, intimidando senadores, ditando as regras.
Desde 2016 vivemos sob um Estado de exceção. O bolsonarismo é um movimento neofascista, autoritário - golpe em processo.
A temperatura vai subir cada vez mais. Bolsonaro na ofensiva. E, mesmo com o desgaste que as pesquisas mostram, sua aprovação segue na faixa de 22%.
Os neoliberais, a direita tradicional, grande mídia e o mercado buscam meios de bloquear a possível vitória de Lula. Mas a tal terceira via não vai vingar (e eles sabem disso). A radicalização de Bolsonaro dificulta aquele apoio envergonhado de 2018.
Não vamos nos iludir com aa pesquisas atuais! O bolsanarismo segue forte e veio de vez para o confronto. A grande burguesia ainda não definiu sua tática.
O povo brasileiro é muito maior que Bolsonaro. Golpistas e fascistas serão detidos e derrotados. Militares serão mandados de volta aos quartéis. Vamos nos levantar, gritar e ir às ruas em defesa da liberdade e dos direitos.
O campo popular, os movimentos sociais, o PT, a sociedade em geral, todas que defendemos a democracia gritamos não. Bolsonaro não passará!