Em outubro de 2019 o Fórum Econômico Mundial (FEM) promoveu o “Event 201”, um exercício de simulação de cenários cuidadosamente projetados de uma possível pandemia de coronavírus. DOIS MESES depois, a pandemia aconteceu seguindo como um script cada um dos cenários simulados. Agora, o FEM realizará esse ano o evento “Cyber Polygon” que simulará um ataque cibernético fictício com participantes de dezenas de países. Klaus Schwab, fundador do FEM, justifica o evento dizendo que o mundo deverá se preparar para uma potencial pandemia ainda mais grave que a atual: a pandemia cibernética. Será que o sincronismo do “Event 201” se repetirá com o “Cyber Polygon”? Devemos esperar para 2022 uma nova pandemia, dessa vez digital? O fato é que as crises parecem surgir convenientemente sempre que as elites desejam operar grandes mudanças. Principalmente a atual: o Grande Reset Global, na qual o dinheiro eletrônico é substituído pelo digital.
“O mundo deve agir conjuntamente e rapidamente para renovar todos os aspectos de nossas sociedades e economias, desde a educação até os contratos sociais e as condições de trabalho” (Klauss Schwab)
Cada vez mais essa fala genérica e ambígua do fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial (FEM) está ganhando concreção, dentro daquilo que o próprio Fórum define como “Grande Reset Global” – a reconfiguração do capitalismo, principalmente o periférico, dentro dos parâmetros da chamada “Quarta Revolução Industrial”. O Capitalismo de Plataforma, com a necessária eliminação de grande contingente populacional (através de práticas necropolíticas – a pandemia é uma delas) que nem para ser explorado servirá mais. “Corpos redundantes”: desempregados, aposentados, refugiados, deficientes, pensionistas, minorias étnicas etc.
A revolução tecnológica da nova revolução industrial nada tem a ver com a racionalidade econômica (aumento da produtividade, satisfação das necessidades etc.), mas com o esforço das elites do Big Tech e do Big Money em apostar todas as fichas na perpetuação da gigantesca bolha financeira global.
Sabemos que apesar dos primeiros sinais da explosão dessa bolha no crash de 2008-10, o modus operandi da engenharia financeira continuou a mesma: a excessiva alavancagem dos mercados de capitais através da titularização ou securatização das dívidas (conversão das dívidas em mais títulos para serem especulados) trazendo a proximidade de um colapso ainda pior do sistema financeiro global.
Dessa forma, às vésperas do início da pandemia a situação da bolha global era muito pior: enquanto na véspera do colapso de 2008 a dívida corporativa era de US$ 3,3 trilhões, no final de 2019 era ainda maior: US$ 6,15 trilhões, segundo dados do Federal Reserve dos EUA.
Mas também sabemos que a História nos ensina que nenhum poder conseguiu até hoje vencer a lei da gravidade econômica. A queda de muitos impérios como Roma e a Mesopotâmia mostraram que chegando até um certo ponto, as elites não são mais capazes de usar os mesmos truques psicológicos e financeiros para manter o status quo.
No momento, manter o status quo significa impedir, a todo custo, o estouro da bolha de tudo que sustenta o Big Money. A pandemia Covid-19 ofereceu a oportunidade de um CONVENIENTE circuit braker da engenharia financeira para colocar em suspensão a economia real enquanto os mercados financeiros globais receberam pesados aportes de dinheiro público: transformou o violento crash que viria em 2020 em uma crise em câmera lenta, dentro do velho script de socialização das perdas, enquanto os tubarões engolem as “sardinhas” no cassino financeiro, concentrando ainda mais a riqueza.
Estava na hora de ocorrer uma crise sanitária global! Será que isso faz parte do pacote estratégico do grande reset global exaltado por Klauss Schwab?
Agora que todas as ferramentas monetárias e fiscais tradicionais se tornaram ineficazes (apenas atuam como um truque psicológico para convencer as massas de que as autoridades estão fazendo alguma coisa – principalmente no discurso neoliberal midiático na periferia global, em países como o Brasil), o Grande Reset Global inicia a nova revolução financeira. Depois de mudar o dinheiro do analógico para o eletrônico, dá mais um salto mortal: a passagem para o dinheiro digital ao adotar o blockchain – por que não oferecer uma moeda moderna da “Nova Era” através do “DeFi” (finanças descentralizadas) para evitar que as pessoas se rebelem?
Para estender ainda mais a sobrevida da bolha de tudo, construindo instrumentos financeiros de forma descentralizada e independente e empresas e governos. Ora, se o Federal Reserve nos EUA roda a maquininha impressora de dólares criando valores do nada para rolar a dívida pública impagável de trilhões de dólares (107% do PIB), por que não a banca fazer a mesma coisa usando blockchain?
Camuflagem futurística
Para as massas, a transição do sistema legado para o DeFi será passada como uma simples atualização (com o tradicional discurso com o qual se vendem ilusões para as “sardinhas” do mercado financeiro virarem “day trades”): “estamos mudando o protocolo monetário da Nova Era... Baixe o aplicativo! Aqui estão os novos tokens”.
Numa camuflagem futurística, a elite mantém o status quo da gigantesca bolha financeira de tudo.
Mas o FEM, Klauss Schwab, o Big Money e o Big Tech sabem que o amanhã é incerto e imprevisível, e que essas ferramentas têm um poder de fogo com data de validade e que logo mais o salto mortal da bolha de tudo terá que voltar ao chão pela ação da gravidade. Então será necessária uma nova crise pandêmica, com a mesma função de mascaramento que tem a atual crise do novo coronavírus. Só que, dessa vez, como uma inédita pandemia digital.
Como então interpretar a nova simulação prevista para acontecer em julho deste ano chamada Cyber Polygon? Promovido pelo FEM, o indefectível Klaus Schwab justifica o evento dizendo que o mundo deverá se preparar para uma potencial pandemia ainda mais grave que a atual: a pandemia cibernética.
Este ano, o Cyber ??Polygon 2021 simulará um ataque cibernético fictício com participantes de dezenas de países respondendo a “um ataque direcionado à cadeia de suprimentos em um ecossistema corporativo em tempo real”, diz o release do evento. “É um alerta para as vulnerabilidades de ataque à cadeia de suprimentos ainda presentes em organizações públicas e privadas, servindo como um aviso de que a próxima violação poderia ser exponencialmente pior, se espalhando por qualquer dispositivo conectado à Internet”.
De acordo com o FEM, Covid-19 era conhecida como um risco antecipado, assim como é seu potencial equivalente digital.
Além do mais, “um ataque cibernético com características semelhantes às do Covid-19 se espalharia mais rápido e mais longe do que qualquer vírus biológico. Sua taxa reprodutiva seria cerca de 10 vezes maior do que a que experimentamos com o coronavírus”.
Devemos esperar uma pandemia digital?
O leitor desse Cinegnose deve estar lembrado que, sincronicamente, DOIS MESES antes de eclodir a pandemia do novo coronavírus, o FEM realizou em outubro de 2019 o “Event 201 – A Global Pandemic Exercise”. Realizado no Johns Hopkins Center for Health Security, Baltimore, o evento realizou uma simulação cuidadosamente projetada de uma possível epidemia de coronavírus, então chamado de “nCoV-2019” – muito próximo do acrônimo atual.
Um sistemático e detalhista exercício de simulação antevendo todos os cenários possíveis de uma pandemia e as consequências políticas, financeiras, econômicas e sociais para o planeta. Vídeos e mais vídeos foram gravados com cenários detalhados examinando o que aconteceria nos mercados de capitais, grande mídia, mídia independente, colapso das bolsas de valores, a extensão do vírus a algo de 65 milhões de pessoas e assim por diante.
Os cenários descritos na simulação foram proféticos (ou profecias autorrealizáveis): o ano de 2020 acompanhou os mesmos cenários descritos pelo FEM, desde que o vírus Covid-2019 foi supostamente descoberto na China.
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**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.