O Valor Econômico, jornal do grupo Globo que representa os interesses dos banqueiros, destacou em sua manchete nesta sexta-feira (25) que "parte importante da elite da indústria e do mercado financeiro começa a se movimentar em busca de um candidato com chances de derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)" articulando "um nome de centro para 22".
Entre os "pesos-pesados", segundo o Valor, estariam Pedro Passos, da Natura, Jayme Garfkinkel, da Porto Seguro, Pedro Wongtschowski, do Ultra e Fábio Barbosa, ex- Santander e ex-Febraban, que estariam conversando com "líderes políticos" para defender um nome que teria potencial para chegar ao segundo turno em 2022.
Segundo o jornal, essa "elite", que serviu como linha auxiliar ao golpe de 2016, permitindo que Bolsonaro chegasse ao poder, estaria "dececpcionada" com a escolha de 2018 e "não enxergam numa volta de Lula as saídas que consideram as melhores para o Brasil".
A construção da "terceira via", no entanto, não passa de nomes já defendidos pelos setores liderados, em grande parte, pela família Marinho e seus veículos - e que mostram serem repudiados pelos eleitore nas pesquisas de intenção de voto.
"As alternativas que aparecem com mais frequência nessas discussões são os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) e o apresentador Luciano Huck", afirma a reportagem.
Carta
Segundo o valor, o grupo conta ainda com Armínio Fraga e Ilan Godfajn, que integraram o governo FHC, e boa parte dos signatários da carta pública que exige que o governo amplie a vacinação e incentive medidas de isolamento social, como os banqueiros Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, do Itaú Unibanco, e o presidente do Credit Suisse, José Olympio.
"Há um consenso entre eles de que o ex-juiz Sergio Moro não deve ser um líder de chapa, não só pela suspeição no caso envolvendo Lula, mas também porque não seria palatável para grande parte da esquerda", diz o jornal, que busca mais do mesmo para as eleições de 2022.