Conselheiro econômico de Bolsonaro, Collor troca camisetas com indiretas por memes para atrair jovens nas redes

Entre memes e um linguajar engajado, Collor tenta apagar alcunha de "caçador de marajás" e atrair um eleitorado que não sentiu no bolso os efeitos do desastre econômico dos planos econômicos de Zélia Cardoso de Mello nos anos 90

Collor em cerimônia no Planato com Bolsonaro e Mourão e nos tempos da Casa da Dinda (Montagem)
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Aliado de Jair Bolsonaro e conselheiro econômico de Paulo Guedes, Fernando Collor de Mello (PROS-AL) se esforça para trocar por um estilo mais jovem as velhas camisetas com alfinetadas políticas que vestia quando exibia seu histórico de atleta nas corridas na Casa da Dinda, mansão da família que serviu de bunker político e foi elevada à residência oficial durante sua passagem pela Presidência nos anos 90.

A aparição "surpresa" no Ministério da Economia e a participação na reunião onde o preço dos combustíveis era pauta, elogiada por Bolsonaro em cerimônia no Planalto nesta segunda-feira (8), foi explorada ao máximo pelo ex-presidente. Collor amargou 8 anos no limbo político e agora busca apagar de uma vez por todas a alcunha de "caçador de marajás", printada pela velha mídia, aprendendo com o clã presidencial a tornar-se um influenciador digital nas novas plataformas.

Nas redes sociais, entre memes e a tentativa de um linguajar moderno, Collor busca atrair um público jovem, que não tem na memória os desastres econômicos impostos pelos planos capitaneadas por Zélia Cardoso de Mello, com o confisco das contas correntes e poupança, aumento de impostos e congelamento de preços e salários.

A saudação "brasileiros e brasileiras" nas transmissões em rede nacional de rádio e TV foi trocada por um falso "pessoal" no podcast semanal.

Os memes também não disfarçam a falta de noção sobre a própria idade daqueles que viveram os tempos sombrios da economia nos anos 90. Em um deles, Collor publica imagem de um sósia do Mestre dos Magos em um aeroporto com uma piada digna de quem viveu os tempos de seu governo e quis, assim como o personagem da Caverna do Dragão, desaparecer do país. "Boa noite, pessoal", saúda.

Com pouco mais de 68 mil seguidores no Instagram, 72,6 mil no Twitter e outros 100 mil no Facebook, Collor está distante dos novos aliados quando o assunto é influência nas redes sociais. Mas, muitos torcem por um futuro comum entre o velho Collor e Bolsonaro e sua "nova" política.

Do lado de cá das redes, muitos brasileiros ainda torcem para que o passado que o assombrou na Casa da Dinda volte ao Palácio do Planalto e coloque um fim no novo pesadelo neoliberal que o Brasil vive, agora com Bolsonaro e Paulo Guedes.