Eu não sei dizer se a coluna de hoje é boa ou ruim. Não sei mesmo. Há quem veja vantagens e desvantagens em tudo o que está acontecendo. Uma coisa é certa: Jamais seremos os mesmos após Bolsonaro!
Que o Brasil ainda é um país racista, machista, lgbtfóbico, nós sempre soubemos. Bastava ver as notícias. Mas agora há algo bizarro no ar: o Brasil celebra ser assim. E mais: negacionista! O “Fator Bolsonaro” trouxe à tona tudo de pior que havia escondido debaixo do tapete por anos, mas não como parte da limpeza. Tudo isso aparece com ares de “resistência” e “patriotismo”. A profecia de Renato Russo se cumpre: “Vamos celebra a estupidez humana!”
Minha geração está perdida. Talvez haja esperança para a próxima. As relações foram quebradas. E com razão! Como reunir com gente que acredita que a vacina vem com um chip que muda o seu DNA? Como ser “família” com quem questiona a ciência por conta de uma “revelação secreta de um vídeo do WhatsApp? O estrago está feito. Não há mais solução! Não agora! Levaremos décadas para reconstruir o país que vai sobrar do desgoverno Bolsonaro.
Há o lado bom nisso, alguns insistem. E eu tento acreditar neles: Trazer à tona toda essa idiotice, maldade, babaquice, talvez seja a única forma de tratar a doença. Ou pelo menos isolá-la. Agora pelo menos já sabemos (e ainda com ressalvas) em que podemos ou não confiar, com quem podemos ou não ter relações de proximidade. Usa máscara? Acredita na ciência? Não acredita em chip da besta? Já posso considerar conversar com tal pessoa...
Estamos doentes! Estamos muito mal! E temos um presidente que quer que isso piore. Vejamos o caso da pandemia: o problema não é, somente, termos um presidente que não dá a atenção devida ao caso. A maldição é que temos um presidente que joga contra todas as possibilidades de controle da pandemia. Ele não é só um incompetente. Ele é perverso. Um genocida. E não dá mais pra aliviar: quem o defende é mau-caráter. Não pode ser uma pessoa “do bem”. E com isso eu sei que corto até mesmo relações familiares. Mas não dá! Não dá pra sentar na mesma mesa com quem apoia um genocida.
Sim, eu ainda tenho esperança. Chorei ontem todas as vezes que vi o vídeo da equipe do Butantan ao receber o resultado da eficácia da vacina. Chorei de esperança. O Brasil é maior que Bolsonaro. Tem que ser maior! E será! Pode estar perdido para a minha geração, mas não para a da minha filha... Vai ter jeito sim! E ainda veremos esse desgraçado sendo julgado por suas atrocidades e perversidades. E entrará para o esgoto da história!
Sim, um dia a verdade nos libertará!