Ford sobreviveu 100 anos no Brasil, mas não resistiu a Paulo Guedes e Bolsonaro

Em nota dura, as confederações dos metalúrgicos da CUT e Força Sindical, em conjunto com a Industriall Brasil, repudiam o governo Bolsonaro e afirmam: BRASIL SEM RUMO, SEM INDÚSTRIA, SEM EMPREGO, SEM GOVERNO, SEM FUTURO

Primeira Sede da Ford no Brasil, em 1919.
Escrito en OPINIÃO el

Esta semana, os trabalhadores do setor bancário e automobilístico foram atingidos por mais notícias bombásticas, resultado da política de gafanhotos do governo Bolsonaro, capitaneada pela política demolidora de Paulo Guedes. A missão de Guedes é servir ao grande capital e para isso não importa o quanto destrua a economia brasileira e sua capacidade de recuperação.

Na segunda, o ministro da depressão econômica anunciou o fechamento de 361 agências, postos e escritórios do Banco do Brasil, com a eliminação de 5 mil postos de trabalho. A Caixa Econômica Federal, que ontem completou 160 anos e é o único banco inteiramente público do país, também está na mira da privatização.

Também na última segunda (11/01), com Bolsonaro afirmando que o "país está quebrado", a Ford, uma indústria centenária no Brasil, fechou suas plantas e anunciou que pararia de produzir no país. Só de empregos indiretos que eram gerados cadeia produtiva da Ford, o saldo do fechamento de suas últimas 3 plantas no Brasil resultará em mais de 50 mil desempregados que se somarão aos índices recordes de desemprego no Brasil.

Na mira dos gafanhotos neoliberais estão ainda a Eletrobras, BR Distribuidora e Brasken.

Ford do Brasil não resistiu a Bolsonaro

A Ford foi a primeira fabricante de automóveis a chegar no Brasil, em 1919. A diretoria da Ford Motor Company aprovou a criação da filial brasileira no dia 24 de abril, com o capital inicial de US$ 25.000. Em 1º de maio de 1919, a empresa iniciou a montagem do Modelo T em um galpão na Rua Florêncio de Abreu, em São Paulo, com peças importadas.

A Ford sobreviveu um século no Brasil, mas não resistiu aos gafanhotos Guedes e Bolsonaro que, como Midas ao contrário, destroem tudo o que tocam.

Na última terça-feira (12/01), o canal da Fórum entrevistou o Secretário Geral da Industriall, Valter Sanches e o Secretário Geral da CUT- SP, João Cayres, ambos metalúrgicos, sobre este quadro de desalento gerado pela política ultraneoliberal do inepto Paulo Guedes, assista:

https://www.youtube.com/watch?v=Wb9y4IfH8dk

https://www.youtube.com/watch?v=GB8nAw80Px4

Entidades dos metalúrgicos afirmam: Brasil sem rumo, sem indústria, sem governo, sem futuro

Ontem (12/01), as Confederações dos Metalúrgicos da CUT e Força Sindical, juntamente com a Industriall do Brasil soltaram uma nota corrosiva onde apontam Bolsonaro e a política destruidora de Guedes como responsáveis pela desindustrialização, desinvestimento, depressão econômica, desemprego e falta de qualquer perspectiva futura para o país.

Para nós trabalhadores o que nos resta é nos organizar, sobreviver, resistir e lutar para reconstruir o Brasil.

Leia a nota na íntegra:

BRASIL SEM RUMO, SEM INDÚSTRIA, SEM EMPREGO, SEM GOVERNO, SEM FUTURO

O anuncio de fechamento de todas as fábricas da Ford no Brasil (a planta de SBC já havia sido fechada, em 2019) confirma as piores previsões e avisos do movimento sindical sobre os rumos da economia nacional.

Novamente de forma unilateral, a Ford informa que irá encerrar suas atividades no país, com o fechamento das plantas de Camaçari-BA, Taubaté-SP e Horizonte-CE. A ação da empresa global é consequência da completa ausência de um projeto de retomada da economia brasileira, que contemple a reindustrialização do país.

O governo despreparado e inepto de Bolsonaro e Guedes finge ignorar a importância da indústria como motor do desenvolvimento nacional, não apresenta qualquer estratégia para a atuação da indústria no Brasil e condena o país a uma rota de desindustrialização e desinvestimento, como vínhamos alertando há tempos. Não só alertamos como fizemos propostas, como o Inovar-Auto.

É incontestável a desconfiança interna e internacional e o descrédito quanto aos rumos da economia brasileira com este governo que aí está; não se toma uma decisão empresarial como essa sem considerar a total incapacidade do governo Bolsonaro.

No momento em que a indústria automobilística global passa por uma das mais intensas ondas de transformação, orientada pela eletrificação e pela conectividade, assistimos à criminosa omissão, e até boicote do subserviente governo brasileiro à indústria, com consequências nefastas para a classe trabalhadora, ante um presidente incapaz de conduzir qualquer diálogo sobre a inserção do país no cenário que se configura rapidamente.

A Ford "foge" do Brasil deixando um rastro de desemprego e desamparo, após ter se valido durante muitos anos de benefícios e isenções tributárias dos regimes automotivos vigentes desde 2001, e que definiram a instalação da empresa em Camaçari, bem como a permanência das suas atividades no Ceará.

A decisão da empresa significa cerca de 50 mil empregos na cadeia produtiva em torno das três plantas desativadas, mas a ausência de compromisso e respeito aos trabalhadores e à sociedade por parte da Ford não é surpresa.

A tragédia é ainda evidentemente maior considerando o conjunto de plantas fechadas, ou com anúncio de fechamento desde 2019, e o impacto sobre os diferentes setores da indústria brasileira, que rebaixam nossa posição econômica no cenário global de forma acelerada e dramática.

O desgoverno afunda ainda mais nossa população no roteiro de precarização, desemprego, desalento e pobreza. O desastre na condução da economia se casa e se completa, tragicamente, com a crise sanitária.

Reverter esse descaminho é mais do que urgente. É nossa luta.

Toda solidariedade aos trabalhadores/as e famílias afetados.

Estamos juntos nessa luta!!!!!!!!

Aroaldo Oliveira da Silva, presidente da INDUSTRIALL Brasil

Paulo Cayres, presidente da CNM-CUT Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT

Miguel Torres, presidente da CNTM-Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos da Força Sindical Força