Não gosto da Globo. Quem lê este blogue sabe muito bem disso. Mas é inegável que a emissora tem excelentes profissionais. Eles trabalharam por um motivo justo hoje. Transformar o vídeo liberado pelo ministro do Supremo, Celso de Mello, em um produto compreensível para a maioria da população. Conseguiram.
Este Jornal Nacional ligou os pontos do vídeo com o histórico das denúncias de Sérgio Moro e as investigações de tentativas de interferência na Polícia Federal.
Mas a esquipe de edição fez isso com ponderação. Tal cobertura foi para o final do programa. Primeiro falou-se das mortes por coronavírus e das tragédias que importam na vida do cidadão comum.
Depois vieram os palavrões do Bolsonaro, os ataques dos ministros Weintraub ao STF e as ameaças de Damares de prender prefeitos e governadores.
Foi um show de jornalismo, sem dúvida. Se vai dar certo é outra coisa.
Porque o JN já não tem a importância de antes. Nem em audiência e nem em credibilidade.
É hora de esperar. Mas, anotem, este blogue aposta que o rompimento de Datena com Bolsonaro tende a ser mais importante para o futuro do governo do que esta edição do JN, que foi ótima.