Pouca gente sabe que a indústria do petróleo no Brasil produz mais de 300 produtos diferentes: de plásticos a tecidos, de combustíveis a insumos para ração animal, de cosméticos a remédios.
Em Araucária, Paraná, encontra-se a planta da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR). No dia 14 de janeiro o governo anunciou que a fábrica seria fechada. Além do fato de mil trabalhadores ficarem sem sustento, todo o país pode passar a comer carne com formol. Isso mesmo. Carne com veneno. Isso porque a Fafen-PR, pertencente ao Sistema Petrobrás, é a maior produtora do país de ureia pecuária. Esse insumo é utilizado como suplemento alimentar na ração bovina.
Segurança Alimentar e mercado internacional da carne brasileira comprometidos
Com o fechamento da Fafen-PR os pecuaristas terão de importar ureia agrícola o que encarecerá ainda mais a carne para o mercado brasileiro ou o que é mais provável, eles passarão a utilizar a ureia agrícola, que contém formol, para não empedrar no transporte. Isso terá consequências funestas para a saúde do povo brasileiro, mas também para o bolso do ruralista, pois a carne brasileira que domina o mercado internacional deverá sofrer sanções. Quem vai querer consumir carne com formol?
Gerson Castellano, funcionário da Fafen-PR e diretor da FUP argumenta sobre mais uma decisão irracional e entreguista do governo Bolsonaro:
“O fechamento da Fafen compromete a economia, a segurança alimentar e também a saúde do consumidor brasileiro. Por que importar insumos se podemos produzir aqui? Temos tecnologia, fábricas, matéria-prima e mão de obra especializada”.
A greve se amplia e petroleiros buscam mediadores em Brasília
Até o momento 95 unidades do Sistema Petrobras aderiram à greve em solidariedade aos trabalhadores da Fafen-PR: 43 plataformas, 18 terminais, 11 refinarias e mais outras 20 unidades operacionais e 3 bases administrativas com trabalhadores em greve por todo o país.
Veja no vídeo abaixo depoimento dos trabalhadores da Fafen-PR
Ao longo desta semana, a FUP, os sindicatos de petroleiros e a CUT irão a Brasília para dialogar com deputados e senadores no Congresso Nacional. O objetivo é que eles se sensibilizem e façam interlocução com a direção da Petrobrás e o governo visando à suspensão das demissões em massa na Fafen-PR, bem como das medidas arbitrárias que violam os fóruns de negociação previstos no Acordo Coletivo.
Em relação à qualidade da carne os petroleiros já têm um aliado: o senador Wellington Fagundes (PL-MT), membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinária. Preocupado com o risco de uso da ureia agrícola na alimentação do gado, ele vem discutindo o assunto com o governo Bolsonaro.
Apoie também a greve dos Petroleiros, o fechamento da Fafen-PR compromete a nossa saúde!
Com informações do SindQuímica e Estadão
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