Há um filme brasileiro concorrendo ao Oscar. O que faz um Secretário Nacional de Cultura? Torce, comemora, incentiva, certo? Sim, desde que o secretário não seja a atriz e recém empossada no cargo, Regina Duarte.
Ao invés disso, ela resolveu fazer piadas e ironias com a indicação de “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, e aproveitou a sua conta oficial no Instagram, na noite deste domingo (9), para oferecer “um Oscar pra você que foi pra rua derrubar o governo mais corrupto da história”.
Junto à frase, aparece a foto de uma manifestação pró-impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff na Avenida Paulista, em São Paulo.
O cargo de Regina Duarte equivale ao de ministro da Cultura e já foi ocupado por inúmeras pessoas honradas. Gente de várias tendências políticas, como Gilberto Gil, Juca Ferreira, Francisco Weffort, Celso Furtado, Antônio Houaiss entre outros.
Nenhum deles, em sã consciência, seria capaz de algo assim por uma simples razão. Uma vitória de um filme brasileiro em um prêmio como o Oscar traria para a nossa indústria cinematográfica tudo o que um ministro sonha ou deveria sonhar: visibilidade, financiamento, equipamentos, enfim, inúmeras possibilidades.
Traria para os ex-colegas de Regina Duarte, atriz há mais de 50 anos, emprego, mercado de trabalho. Uma vitória de Petra Costa e seu filme, traria possibilidades profissionais para diretores, técnicos, músicos, figurinistas, maquiadores, motoristas, cozinheiros, roteiristas, bilheteiros, caixas, lanterninhas e tantos mais que trabalham – ou insistem em trabalhar – nesta complicada e cara indústria de arte e entretenimento que é o cinema.
Regina se faz de cega. E de surda. Está encantada com o capitão e sua tropa. O que ela tem aprendido rápido e desnecessariamente, é a odiar, prejudicar os seus, em troca da política mais rasteira e barata que o cargo lhe oferece.
Esta sua atitude – a de tripudiar de um prêmio como o Oscar para Petra, no dia de sua entrega, diz muito mais dela e do governo que ocupa do que qualquer outra coisa.
Regina Duarte não difere em nada de Roberto Alvim. Sua prática nefasta, que se revela com este post, tem todos os mesmos atributos: “Pensem como eu, do contrário, os perseguirei”.
Só não teve a mesma coragem/covardia de citar Goebbels, tocar Wagner e afins. Talvez, e sobretudo, porque não passa de uma completa ignorante.