Prática antissindical da Abril, com a cassação da liberação de Paulo Zocchi, é repudiada nacionalmente

Jornalistas e sindicalistas fazem ato de protesto em frente à sede da Abril. Foto: Sindicato dos Jornalistas de SP
Escrito en OPINIÃO el
A liberação de sindicalista eleito para diretoria de um sindicato é um direito conquistado pelos trabalhadores em acordos coletivos, para que os representantes dos trabalhadores eleitos possam ter autonomia e independência, para representar os trabalhadores e defender suas causas. O Grupo Abril, desrespeitando este direito, cassou a liberação do jornalista Paulo Zocchi (funcionário da editora Abril) e presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Entenda o caso Em 2015, no acordo coletivo firmado entre o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo- SJSP e a Editora Abril, a Abril reconhecia que o presidente do sindicalto, Paulo Zocchi, teria liberação remunerada, pois o exercício da presidência de um sindicato estadual é incompatível com a manutenção das atividades profissionais e, por isso, concedia a liberação sindical sem prejuízo dos vencimentos. O presidente da entidade tem extensa atuação diária em defesa dos direitos da categoria. A Editora Abril,rompeu o negociado e convocou o presidente do SJSP a retornar ao trabalho, encerrando cinco anos de liberação sindical. Na última sexta-feita (30/10), dia em que a editoa Abril determinou o retorno de Zocchi à redação, jornalista e dirigente sindicais organizaram um ato de protesto contra a cassação da liberação do presidente Paulo Zocchi, em frente à sede da editora. Campanha #AbrilRespeiteoSindicato Até o momento 37 entidades aderiram a campanha #AbrilRespeiteoSindicato, entre elas a FENAJ, ABI, Instituo Vladimir Herzog, que enviaram moções à Abril (Veja a lista completa aqui). Além das entidades, diversas personalidades individuais, incluindo jornalistas que atuaram no Grupo Abril, manifestaram-se contra este ato autoritário do Grupo Abril que fere a liberdade sindical. Por meio de moções de apoio a Zocchi, cartas para a editora, vídeos, atos e outras manifestações os jornalistas pedem respeito ao direito de organização e denunciam que tal prática antissindical é um ataque direto ao Sindicato. Jornalistas da RedeTV! afirma que a cassação da liberação do dirigente “é um duro golpe. É importante lembrar que nos últimos anos o sindicato conseguiu nos ajudar a deter, por diversas vezes, os ataques da emissora às nossas horas extras, que compõem os nossos salários, e vem lutando desde o início do ano contra a redução desnecessária dos vencimentos e jornada de trabalho em 25%. (…) Tal atitude da Editora Abril tenta enfraquer ainda mais nossa categoria num momento de extrema fragilidade, com desemprego, salários reduzidos em meio a pandemia”. Os trabalhadores da Comunicação da Rádio e TV Cultura lembram que estão em processo para um novo acordo coletivo com a Fundação Padre Anchieta e sem sua representação sindical serão frontalmente atingidos no processo de negociação. Com informações do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo