Vinte de novembro,
o Dia da Consciência Negra.
Que dia!
Começa com um guarda da rede Carrefour de supermercados espancando um negro até a morte.
E, depois, o vice-presidente da República, general Mourão, declara que não foi racismo, porque não existe racismo no Brasil.
Foi o que, general?
É coincidência que quase todos os espancados e mortos são negros? General, pede a um assessor desses que lhe servem para lhe repassar o número de jovens negros que são mortos todos os anos no Brasil.
General, vocês puseram na Fundação Palmares um racista de pele negra contra os negros, só para tentar ferir mais ainda, na instituição encarregada de valorizar e celebrar a contribuição negra para a formação e a identidade do país.
O racismo é estrutural sim!
E general, esse seu governo anti-popular, anti-democrático e racista, cujo presidente adora depreciar os negros.
Vocês não inventaram o racismo no Brasil, vocês só vieram exacerbar o racismo cotidiano, o racismo estrutural, endossando toda violência e pondo panos quentes nos assassinatos e atos violentos contra os negros.
Os negros sofrem racismo antes mesmo de nascer, por que já nascem excluídos, os negros serão molestados, agredidos e muitos mortos pelo simples fato da sua pele ser negra e serem descendentes dos africanos que vieram escravizados para as Américas.
A infâmia é histórica e é cotidiana. E se reproduz.
Joaquim Nabuco vaticinou que, durante séculos, a sociedade brasileira iria conviver com a nódoa da escravidão.
Como por fim a essa realidade abjeta?
O racismo não é um problema e uma questão somente para os que sofrem e são molestados e mortos.
O racismo é uma questão de toda a humanidade, de todos os seres humanos.
Precisamos por um fim a esses crimes no Brasil e no mundo!
Para isso precisamos extirpar o racismo do nosso cotidiano e incluir o combate à toda forma e manifestação do racismo na plataforma de cidadania como uma questão central.
Por um Brasil sem racismo! Já!