Pandemia, recorde de desemprego, de desalentados, precarização do trabalho, Índice Geral de Preços-Mercado acumulado em 23,79%, dólar em alta - corroendo o valor de compra daqueles que ainda tem alguma renda-, redução do auxílio emergencial e, agora, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomenda que para sustentar o programa eleitoreiro de Bolsonaro, o Renda Cidadã, o governo tem de taxar a cesta básica. É o projeto fome 100% para a classe trabalhadora.
De olho nas eleições de 2022, para que não tenha o mesmo destino de Trump, Bolsonaro quer eliminar da memória do povo brasileiro o Bolsa Família e no lugar criar sua marca, o Renda Cidadã.
O programa de Lula, o Bolsa Família, era associado a 120 políticas sociais e diminuiu a mortalidade infantil, ampliou o cuidado desde o pré natal, ampliou a permanência das crianças na escola, ampliou a taxa de vacinação, tirou o Brasil do mapa da fome e fez a economia girar. Cada R$ 1,00 investido no Bolsa Família adicionava R$ 1,78 ao PIB, conforme dados do IPEA, em 2013.
Bolsonaro já gastou com auxílio emergencial em 8 meses meio trilhão, mais que os que os governos Lula e Dilma gastaram em 13 anos com o Bolsa Família e a economia só retraiu. Temer e Bolsonaro reduziram o Bolsa Família a pó. Milhões de brasileiros, especialmente as crianças, deixaram de ser atendidas pelo programa e a roda virtuosa da economia, produzida pelo Bolsa Família, também deixou de funcionar.
Aumento de aluguéis, conta de energia elétrica
Hoje o Intituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE-FGV) publicou as prévias dos resultados do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) e mostrou que o IGP-M subiu 2,67 nos primeiros dez dias de novembro. Com este resultado, a taxa do IGP-M que serve de base para aumento de alugués, conta de luz, mensalidade escolar, planos de saúde, por exemplo, em 12 meses passou de 19,45% para 23,79%.
Se a recomendação do TCU de acabar com a isenção de vários impostos na cesta básica for implementada pelo governo Bolsonaro/Guedes serão os mais pobres que sofrerão ainda mais.
Essa proposta não é nova, desde 2019 Guedes que tirar a isenção da cesta básica. À época, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação ( IBPT ) calculou que a cesta básica sofreria aumento de quase 23%.
Até dezembro, a dupla Bolsonaro/Guedes pretende acabar com o auxílio emergencial, que já foi reduzido em 50%. Como ficarão as famílias expulsas do Bolsa Família, sem trabalho, num cenário de desemprego recorde, com preços de aluguéis, luz e cesta básica aumentados? Vão novamente para a linha abaixo da pobreza e verão o programa eleitoreiro de Bolsonaro como tábua de salvação. Essa é a necropolítica de Bolsonaro. É assim que a fome produz voto.