Uma das coisas que mais ouvimos nesses tempos dentro das igrejas é a estapafúrdia ideia de que “Deus mandou votar no irmão fulano”. Não! Lamento informar a quem pense assim, mas Deus não tem candidato. Aliás, ele nem vota por essas bandas...
Mas... Isso não quer dizer que Jesus não tenha demonstrado em suas palavras os princípios que determinariam em quem votar. No evangelho de Mateus, Ele deixa bem claro quais seriam os critérios de política pública adotados pelas nações que receberiam dele a noção de “benditos”.
E sabe o que é interessante? Nenhum desses critérios é moralista. Não interessa para Jesus defender a “família”, ou os interesses doutrinário-morais de quaisquer igrejas, ou agremiações religiosas.
Os critérios são bem outros. Experimente aplicá-los aos possíveis candidatos e isso pode ajudar muito a definir seu voto. O "julgamento das nações" está em Mateus 25.31-46
Pergunte a você mesmo sobre seu candidato (e se não souber, pergunte ao seu candidato também):
1) Qual sua política de segurança alimentar (“eu tive fome e vocês me deram de comer”)?
2) Qual sua política de saneamento básico e recursos naturais (“eu tive sede e vocês me deram de beber”)?
3) Qual sua política para exilados, expatriados e refugiados (“eu era forasteiro e vocês me acolheram”)?
4) Qual sua política de habitação e direitos básicos (“eu estava nu e vocês me vestiram”)?
5) Quais são os seus planos para a saúde popular (“eu estava doente e vocês me visitaram”)?
6) Qual sua política de segurança e quais suas ideias de política prisional (“eu estava preso e vocês foram me ver”)?
Seja honesto consigo mesmo nas respostas e pode ser que você se surpreenda ao descobrir que, muitos que se dizem "candidatos evangélicos”, ou “católicos", passam longe desses conceitos tão fundamentais para Jesus Cristo, a quem eles dizem seguir...
Você também pode surpreender-se ao descobrir que aqueles que você julga "inimigos da fé", muitas vezes, se aproximam disso...
Novidade? Nenhuma! No final do julgamento de Cristo a surpresa foi a mesma, pois, quem jurava “ser da fé”, foi condenado e aqueles que nem sabiam, foram aprovados, porque, ao invés de “religiosos”, foram simplesmente HUMANOS.
Então vá lá... Vote com consciência... E não porque seu pastor “mandou votar”... Exerça sua cidadania com liberdade e plena responsabilidade de quem está votando para mudar o país, o estado, ou cidade e não para defender o seu pequeno grupo, muitas vezes alienado de toda e qualquer realidade social.
Não é pecado ser livre! Seja!