2020 enterra a nova política para 2022

Leia na coluna de Cleber Lourenço: Se há algo que as eleições municipais no país vão indicar é uma ligeira melhora para as eleições presidenciais de 2022 com os resultados pífios da chamada “nova política”

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2020 enterra a nova política para 2022
Filipe Sabará, que acaba de ser expulso do Novo, partido da "nova política", com João Amoêdo.

A nova política está em vias de ser varrida da política brasileira. Se há algo que as eleições municipais no país vão indicar é uma ligeira melhora para as eleições presidenciais de 2022 com os resultados pífios da chamada “nova política”.

O indício mais retumbante desse declínio da delinquência política é a corrida eleitoral na cidade de São Paulo, onde candidatos como Arthur do Val (Patriotas) e Joyce Hasselmann (PSL) orbitam a faixa entre 0 e 2% nas pesquisas de intenção de voto.

Já no âmbito estadual, os embates entre o governador João Doria e o presidente Jair Bolsonaro também apontam pelo mesmo sentido.

Doria, que se elegeu primeiro como prefeito e depois como governador vestido no manto da “nova política”, e de que era alguém fora da política para gerir a política.

Agora, nos debates contra o presidente, ele apela para a gestão responsável do Estado e para a importância e respeito pela institucionalidade (algo que a nova política despreza).

O próprio Partido Novo, que tenta ser uma agremiação deste tipo de pensamento tacanho, sequer passa dos 2% de intenção de voto nas capitais do país.

Das capitais brasileiras, apenas Fortaleza possui um candidato da nova política cotado para o segundo turno, no caso o Capitão Wagner (PROS), aquele mesmo que agitou a quartelada dos milicianos fardados do Ceará e que alvejaram de maneira criminosa o senador Cid Gomes.

Fora isso, os demais candidatos estão anos luz de distância de um possível segundo turno com o discurso batido da nova política.

Com isso podemos apostar que talvez a irresponsabilidade de atentar contra a República e contra a segurança institucional do país irá sumir das campanhas eleitorais. Com isso, talvez possamos evitar de eleger novamente o pior Congresso Nacional desde a redemocratização, contaminado de um discurso beligerante contra a democracia e as instituições que a sustentam.

A elevação da qualidade dos políticos eleitos no próximo pleito passará fundamentalmente pela extinção deste discurso. Só nos resta agora torcermos para que a Lava Jato não inflame a população e faça campanha em prol deste pensamento.

Afinal de contas, ela foi a genitora, promotora e propagandista deste discurso no país e se sustenta com ele.

Vejam, esse pensamento não é só meu. No Roda Viva desta última segunda-feira (26), o consultor político João Santana afirmou que as eleições de 2022 serão eleições para quem é da política e não para quem é de fora dela.

Mesmo com o provável fim da nova política, a nossa democracia ainda está refém do Partido Lavajatista.

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum

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