Com derrota iminente, Benjamin Netanyahu tenta acordo para continuar no poder em Israel

A vantagem de Benny Gantz é de apenas duas cadeiras, mas Netanyahu, que está no poder há uma década, já tenta acordo para se manter premiê em Israel

Bolsonaro e Benjamin Netanyahu durante sua visita a Israel (Alan Santos/PR
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- O grande tema internacional da semana foi a eleição em Israel. A disputa ponto a ponto entre Netanyahu e Gantz fez com que o mundo inteiro se voltasse para observar o pleito. Só pra refrescar a memória, Benjamin Netanyahu é do partido Likud (União) e está há uma década como premiê, Benny Gantz é do novíssimo Kahol Lavan (Azul e Branco) e até 2015 foi Chefe do Estado-Maior Geral das Forças de Defesa de Israel. Sob seu comando Israel atacou Gaza com frequência, com destaque para a agressão de 2014 que matou milhares de palestinos em flagrantes crimes de guerra. Assim como Bibi, Gantz não endossa a solução de dois estados, que garanta a existência de um estado palestino independente de Israel. Por outro lado, há quem diga que a sanha expansionista e unilateral dele é menor que a de Netanyahu. - Vendo-se derrotado, Bibi propôs ontem (19) a Gantz um acordo. Neste acordo, Netanyahu seguiria no comando e com o Azul e Branco se formaria um governo com os partidos ultraordoxos e de direita. Por óbvio, Gantz não aceitou e propôs o contrário: ele no comando, em aliança com o Likud, mas sem os partidos religiosos. A mistura entre religião e Estado é um dos grandes diferenciais dos dois. A carta na manga que Bibi ainda tem é a convocação de nova eleição, caso nenhum dos dois lados consiga formar governo. A vantagem de Gantz é de apenas duas cadeiras, seu partido conquistou 33 e o Likud 31. Oficialmente, as negociações para formação de governo só podem começar quando 100% das urnas forem apuradas e o presidente de Israel, Reuven Rivlin se reunir com os líderes partidários, daí abre-se um prazo de 6 semanas para a formação do governo. - Forma maioria a coalizão do parlamento israelense que obter pelo menos 61 assentos. Embora tenha conquistado apenas 8 cadeiras, a sigla Nossa Casa, do ex-chanceler, ex-ministro da defesa e ex-amigo de Bibi, Avigdor Liberman será fundamental no jogo de forças, poderá ser o fiel da balança. Outro fato importante, a terceira posição em número de assentos no Knesset (parlamento) israelelense ficou com a Lista Conjunta, com 13 cadeiras, uma formação que agrega lideranças árabes-palestinas. A questão é que tanto Bibi, como Lieberman rejeitam abrigar o Lista Conjunta em um futuro governo e Gantz não consegue formar maioria sem uma ampla composição. - O ministro do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro de Cuba, Rodrigo Malmierca informou via twitter que o bloqueio econômico dos EUA contra Cuba afetou a economia cubana entre abril de 2018 e março de 2019 em 4,343 bilhões de dólares. O mantante acumulado do impacto do bloqueio é de 138,843 bilhões de dólares, segundo o ministro na mensagem. Ele termina o post perguntano: “Quanto mais poderíamos fazer se nos deixam em paz?”. Ainda sobre Cuba, no dia de ontem (19), o Governo dos EUA anunciou a deliberação de que dois membros da missão cubana na ONU deixe Nova Iorque por questão de segurança nacional. A Casa Branca também determinou que os demais membros da missão que permanecerem nos EUA só poderão se deslocar em Manhattan, não podendo deixar o perímetro. O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, qualificou como “categoricamente injustificada” a medida contra os funcionários cubanos. - No dia de ontem (19) uma nova agressão contra o Iemen partiu da Arábia Saudita. O novo ataque veio seis dias após os ataques às refinarias sauditas, assumidos pelos rebeldes Huthis. O guerra no Iêmen foi iniciada em 2015 e é considerada hoje a pior crise humanitária do mundo com mais de 8 milhões de pessoas com risco de morrer de fome e mais 18 milhões padecendo de insegurança alimentar. - Segundo o INDEC da Argentina (Instituto Nacional de Estatistica e Censos) entre janeiro e junho de 2019 a economia argentina se contraiu em 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O PIB descresceu em 2,5%. O consumo privado caiu 7,7% e o público 1,7%. As importações diminuíram em 22,7%. O setor que mais segura a economia do país é a agricultura e a pecuária. A taxa de desocupação está em 10,6% da população. A subocupação está em 13,1%. A taxa de ocupados procurando novos postos é de 18,3%. Somando tudo, a pressão sobre o mercado de trabalho é de 35,9% da população. A maior taxa de desocupação está entre as mulheres de 14 a 29 anos. - O senador colombiano Gustavo Petro denunciou esta semana que pelo menos quatro familiares de Jhon Jairo Durán Contreras que aparece em fotos com Juan Guaidó na fronteira de Cúcuta foram assassinados. Outros familiares de Hernando Iván Posso, conhecido por atuar com Durán já haviam sido assassinados na semana passada. Ele são conhecidos por atividades paramilitares com o grupo Los Rastrojos justamente na região de fronteira entre Venezuela e Colômbia, próximo a Cucuta, por onde o autoproclamado presidente da Venezuela Juan Guaidó teria atravessado quando da tentativa de golpe via “entrega de donativos humanitários” em fevereiro de 2019. O grupo Los Rastrojos é acusado de pelo menos 150 homícidios desde que começou suas operações em 2012. Além de aparecer ao lado dos paramilitares em fotos, Guiadó também aparece ao lado de homens da segurança presidencial da Colômbia na mesma região. Há uma enorme pressão em cima de Iván Duque, presidente colombiano neste momento para que responda uma série de questionamentos sobre o caso, entre eles sobre quem contratou Los Rastrojos para atravessarem Guaidó pela fronteira. - Por falar em Guaidó, ele anunciou semana passada que se reuniria com o Secretário Geral da ONU na próxima semana durante a AGNU (Assembleia Geral das Nações Unidas). A reunião foi desmentida por Guterres, secretário geral. Guaidó também disse que representaria a Venezuela na Assembleia, mas a ONU reconhece o governo de Maduro que será representado na AGNU pela vice-presidente Delcy Rodríguez e pelo ministro de Relações Exteriores, Jorge Arreaza. Ambos levarão as 13 milhões de assinaturas coletadas pela campanha #NoMoreTrump, contra as agressões dos EUA sobre o país. - Ainda sobre a Venezuela, a porta voz do Ministério de Assuntos Exteriores da China, Hua Chunying, anunciou que o país rechaça qualquer tipo de ingerência nos assuntos da Venezuela por meio do Tiar (tratado interamericano de assistência reciproca). Ela se referiu ao Tratado que pode ser reativado em reunião de seus signatários na próxima terça, 23, durante a AGNU em Nova Iorque. - Ocorrem hoje, 20 de setembro, eventos em mais de 150 países durante um dia de Greve Global pelo Clima. Uma grande manifestação é esperada para Nova Iorque. A greve tem origem na iniciativa do Fridays For Future, sextas-feiras pelo futuro, que ocorrem desde 2018 por iniciativa de Greta Thunberg. Ela transformou suas sextas e de colegas em um dia de faltar às aulas para protestar contra as mudanças climáticas. Conhecida como #climatestrike, a mobilização já colocou gente na rua na Austrália, Reino Unido e Japão nesta manhã. - O chanceler iraniano Javad Zarif voltou a dizer que o Irã não é responsável pelos ataques às refinarias sauditas e disse que haverá guerra se o país for atacado pelos EUA ou Arábia Saudita. - A União Europeia, que neste momento está sob a presidência finlandesa, deu ao Reino Unido um prazo até o fim de setembro para o envio de uma proposta escrita sobre o Brexit. Johnson, premiê britânico, achou o prazo artificial.