Bolsonaro fala de cocô e Guedes aprova a Reforma da Previdência

Andrea Caldas: “Neste eclipsamento do tempo e do destino, há espaço para personagens menores e, invariavelmente, sombrios. Mas, eles passarão”

Jair Bolsonaro - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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É assim... Todo mundo sabe que é assim... E os eleitores orgânicos do Bolsonaro, especialmente, o sabem. O financismo - na total falta de nomes que emplacassem, eleitoralmente, seu programa impopular - aceitou um bufão como presidente. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo. Alguém que não seria recebido em um jantar para “30 talheres”. Alguém que seria desprezado nos convescotes de clubes seletos. Mas, é o que eles têm.  Foi o que sobrou diante do fracasso da direita liberal e dos novos janotas. É assim... Tampam o nariz para os maus modos do clã e do baixo clero, enquanto isto for funcional para suas pautas. Da mesma forma, a classe média - que se acredita elite - disfarça seu rubor diante das palavras grotescas do chefe da Nação, enquanto suspira aliviada pelo fim da era petista - aquela em que as empregadas domésticas tinham direitos e os negros e negras entraram na universidade. Bolsonaro sabe disso e tem esticado a corda da provocação. Assume publicamente que está beneficiando a SUA família, manda recados para o Moro, manda prender e manda soltar. Ele sabe, também, que é o fim do banquete... que pode durar até o fim do mandato ou não. Mas, sem dúvida, será a sua última aparição na cena política institucional. Bolsonaro e seu grotesco clã são as recorrentes caricaturas dos interregnos da humanidade. Aqueles momentos em que o novo e velho ainda co-habitam o devir histórico. Neste eclipsamento do tempo e do destino, há espaço para personagens menores e, invariavelmente, sombrios. Mas, eles passarão. Porque são meros instrumentos da navegação entre tempos e eras. E, por isso, facilmente descartáveis. A grande questão, contudo, é saber para onde estamos indo. Quem estará na condução deste outro lado da travessia? Para onde essa nau histórica ruma? Barbárie ou humanização?
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.