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OPINIÃO
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É assim...
Todo mundo sabe que é assim... E os eleitores orgânicos do Bolsonaro, especialmente, o sabem.
O financismo - na total falta de nomes que emplacassem, eleitoralmente, seu programa impopular - aceitou um bufão como presidente.
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Alguém que não seria recebido em um jantar para “30 talheres”. Alguém que seria desprezado nos convescotes de clubes seletos.
Mas, é o que eles têm. Foi o que sobrou diante do fracasso da direita liberal e dos novos janotas.
É assim...
Tampam o nariz para os maus modos do clã e do baixo clero, enquanto isto for funcional para suas pautas.
Da mesma forma, a classe média - que se acredita elite - disfarça seu rubor diante das palavras grotescas do chefe da Nação, enquanto suspira aliviada pelo fim da era petista - aquela em que as empregadas domésticas tinham direitos e os negros e negras entraram na universidade.
Bolsonaro sabe disso e tem esticado a corda da provocação.
Assume publicamente que está beneficiando a SUA família, manda recados para o Moro, manda prender e manda soltar.
Ele sabe, também, que é o fim do banquete... que pode durar até o fim do mandato ou não.
Mas, sem dúvida, será a sua última aparição na cena política institucional.
Bolsonaro e seu grotesco clã são as recorrentes caricaturas dos interregnos da humanidade.
Aqueles momentos em que o novo e velho ainda co-habitam o devir histórico.
Neste eclipsamento do tempo e do destino, há espaço para personagens menores e, invariavelmente, sombrios.
Mas, eles passarão. Porque são meros instrumentos da navegação entre tempos e eras. E, por isso, facilmente descartáveis.
A grande questão, contudo, é saber para onde estamos indo. Quem estará na condução deste outro lado da travessia? Para onde essa nau histórica ruma?
Barbárie ou humanização?