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OPINIÃO
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São Paulo, 13 de agosto de 2019
Pai.
Vim para São Paulo fazer o lançamento do seu livro “Como se faz humor político”, que você fez junto com o Tárik de Souza. O evento foi no Sindicato dos Jornalistas.
Fizemos um debate sobre humor político, neste momento em que o ódio e a intolerância tomaram conta do país.
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A Rose Nogueira veio! Lembrou de quando vocês trabalharam na “TV Mulher” e faziam juntos o quadro “TV Homem”. Você inovou e criou uma linguagem diferente, em seus esquetes. Fez um sucesso incrível e ganhou muitos prêmios. Depois escrevo uma carta só sobre isso.
Ela lembrou que você dizia: “O jornalismo é a profissão mais bonita que eu conheço”.
Laerte contou um pouco sobre a atuação de vocês na época do “Bunker do Henfil”, quando você juntava um monte de cartunistas, no seu apartamento aqui em São Paulo, e produziam material para as campanhas sindicais.
Contou também sobre como está sendo ser cartunista em um momento tão delicado. Ele fica imaginando o que você estaria desenhando e falando sobre tudo isso que está acontecendo agora, que não se consegue mais conversar sobre política sem ser ofendido.
Quando os apoiadores do presidente não concordam com alguma coisa que a gente diz, eles só ofendem. Não sabem argumentar, não sabem debater. São movidos pelo ódio.
Hoje, quem está fazendo oposição ao governo e não está sendo xingado é porque está fazendo oposição errada.
Eu estou sendo xingado, pai. Pode se orgulhar de mim.
Um beijo do seu filho,
Ivan
P.S.: Tô indo pra manifestação na Paulista, experimentar o gás lacrimogêneo daqui, que eu ainda não conheço.