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OPINIÃO
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Rio de Janeiro, 16 de julho de 2019.
Pai.
Uma vez você mordeu a língua. Todo mundo já mordeu a língua. É chato, né? Mas é diferente para um hemofílico. Não tinha como estancar o sangramento na língua, principalmente enquanto dormia. Foram alguns dias assim, e só parou quando conseguiu o “Crio”. Dois vidrinhos para acabar com o sangramento de uma mordida.
Mas foi mais complicado que isso! Pra buscar de fora do Brasil esses dois vidrinhos, um amigo teve que trazer escondido na bagagem (torcendo para não serem encontrados e apreendidos na Receita), já que a importação demoraria mais tempo do que teria de vida sem o Crio.
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Se você não tivesse dinheiro, nem amigos que pudessem trazer o Crio de fora do país, teria morrido por causa de uma mordida na língua, pois já estava com a pressão baixa, pelos dias seguidos perdendo sangue.
Durante muito tempo, quem não tinha dinheiro no Brasil, e precisava de remédios, ficava sem, e morria.
Mas aí veio o Lula e mudou isso. Você não viu a criação da Farmácia Popular, que passou a distribuir remédios gratuitamente.
Depois de anos, veio o Temer, apoiado pelo, na época deputado e hoje (argh) presidente. Os dois resolveram, segundo as palavras do atual, “mudar isso que está aí”. Estão acabando como programa e tirando remédios de quem não tem como comprar.
O Ministério da Falta de Saúde suspendeu a compra de 19 medicamentos para doentes de câncer, diabetes e transplantados, que terão que se virar se quiserem viver.
Quando se assume o risco de matar, é homicídio doloso ou culposo, heim, pai?
Um beijo do seu filho,
Ivan