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OPINIÃO
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Perto do quinquênio do Plano Nacional de Educação, sem cumprir uma meta sequer, o governo Bolsonaro terceiriza a pauta da Educação para o recém-criado Ministério da Família e decreta que educação é responsabilidade de quem pariu.
O ministro da Educação é um dos cargos mais estratégicos de qualquer governo. Seja pela sua relação com a Economia, seja porque a pasta tem um dos maiores fundos públicos geridos pelo Estado.
Ocorre que o presidente eleito não tem nenhum plano para esta pauta estratégica. Tanto assim que o MEC é o ministério que teve mais deposições do que posses. Há mais tuítes que publicações no Diário Oficial.
A pauta da Educação se expressa no Ministério – recém-criado - da Famiglia! E de lá emanam - tal qual do Império Romano - as diretrizes educacionais.
Substituímos a meritocracia do esforço econômico - tão cara ao Mercado - por outra: a meritocracia devocional.
Famiglias que não usam métodos de anticoncepção e defendem este autoexílio como forma de viver.
Isto veio a lume com o governo Bolsonaro. Mas seu espelho reverso está na esquerda também.
A esquerda alternativista que escolhe “onde o mundo é bom" para criar seus filhos é “homeschooling”.
A esquerda autoritária que define rótulos e uniformes é “homeschooling”.
O MST quando contesta a eleição para diretores de escola é “homeschooling”.
E se encontram com os fundamentalistas religiosos que advogam o direito de educar acima do Estado Laico.
Temos um lugar de encontro entre fundamentalistas de cada lado. Ele se expressa pela negação do Estado, e no fundo e ao final, é a negação da nação e de seu conceito.
Vejamos alguns exemplos:
Negar a escolaridade obrigatória desde os quatro anos. Sim, há movimentos sérios e progressistas que contestam.
Eu sou daquelas que advogam e avocam sempre a autoridade estatal. Talvez, por dever de ofício. Talvez, porque acreditei no Estado.
Mas, um pecado não tenho: eu não acendo uma vela aqui e outra acolá.
Critiquei o “homeschooling” na esquerda e na direita.
Porque o mundo isolado sempre se encontra.