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OPINIÃO
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Bolsonaro foi o tema do Carnaval. Em todos os cantos do país, o presidente da República foi lembrado pelo imenso laranjal do PSL e por conta de suas frases preconceituosas. O "ei, Bolsonaro, vai tomar no c*" viralizou.
A dupla pai e filho, Jair e Carlos, entrou em modo desespero. Retuitou o juiz Marcelo Bretas, apoiando ação criminosa de um PM que comemorou nas redes sociais ter matado um suposto ladrão. Comprou briga com Caetano Veloso e Daniela Mercury. Tudo tentando fazer a agenda setting do Carnaval mudar, como não deu certo, veio o post do vídeo da cena com Golden Shower.
As cenas teriam sido uma ação num bloco de Carnaval de SP. Mas já aconteceram coisas semelhantes a essa em eventos festivos de Paris, Berlim, Londres, Buenos Aires e Cabrobó da Serra. E nem por isso um presidente da República desses lugares retuitou este tipo de cena.
Nenhum chefe de Estado é maluco de fazer isso com o seu país. Mas por que Bolsonaro fez?
Porque ele usou esta estratégia no #EleNão e deu certo. Transformou uma manifestação política contra a homofobia, o machismo e outras questões de defesa de direitos em um ato de pervertidos sexuais. Agora, quis fazer o mesmo com o Carnaval. Transformar os protestos contra ele e o seu governo em coisa de devassos.
Só que desta vez não deu certo. A dupla Carlos e Jair rompeu a linha do aceitável em redes sociais. E foi massacrada pelos seus próprios seguidores.
A estratégia deu tão errada que o presidente já fez vários posts hoje falando de ações do governo pra tentar virar a página da polêmica.
Mas o fato de o presidente ter defecado na imagem do país não vai sair da pauta tão cedo.
Bolsonaro pode ter acabado com o seu governo neste post. Ainda é cedo pra afirmar isso, mas não pra conjecturar. Há elementos muito fortes nessa ação do presidente contra muito do que o Brasil é e gosta de ser. O país do Carnaval tende a não se esquecer disso. E ainda vai reagir.
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