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OPINIÃO
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É preciso parar de dizer que “os fins justificam os meios”. Esta tese vem sendo repetida na direita, no centro e na esquerda.
Ela é, ao fundo e ao cabo, a autojustificativa para a corrupção e os caminhos tortos em nome do “projeto maior”. Para a violência física ou simbólica.
Caixa 2, concessões, tergiversações, recuos programáticos, alianças inexplicáveis...tudo e mais entra na conta de soma zero do sofisma “os fins justificam os meios”.
E imersos na caverna de Platão, já não se enxerga que os meios conspurcaram os fins e os inviabilizaram.
O que sobra é contar as migalhas que começa sempre com o “pelo menos...”.
Pelo menos é o que nos resta.
Em um país de gênese espoliadora, em uma história que aninhou o colonizador em suas entranhas, em uma trajetória em que o “intimismo à sombra do poder” (Carlos Nelson Coutinho) e a conciliação foram a linha-guia.
Nesta curvatura do mal menor, da acomodação e da burocratização fomos perdendo o encantamento de gerações inteiras com o exercício pela política.
Fomos abrindo espaço para o niilismo e o individualismo. Fomos ficando tristemente iguais, na mesmice da repetição da forma de exercer o poder, nos espasmos permitidos para o “pelo menos...”.
É preciso criar novos meios para fins transformadores. Já tem gente fazendo isto. Temos que resplandecer estes novos caminhos.
Olhar para a luz e não para as sombras refletidas na caverna (bolha) de nosso tempo.
Olhar para a possibilidade de uma nova política - relação na polis.
Um tempo em que a famosa frase de Che Guevara seja prática e não apenas um slogan para enfeitar paredes.
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