Financial Times: fogo na Amazônia e na nossa economia

Cleber Lourenço destaca notícia do Financial Times, que divulgou que investidores passaram a boicotar o Brasil, por conta do descalabro ambiental que tomou conta do país

Foto: Reprodução/Financial Times
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Desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência do país, diversos analistas políticos e até mesmo membros da bancada ruralista advertiram o governo de que a questão ambiental estava intimamente ligada à economia brasileira. E como sempre o governo espantou com bicudas qualquer sugestão que levasse ao bom senso. Desde então, o governo parece que promoveu uma verdadeira campanha para mostrar ao mundo seu desleixo com a questão ambiental. Agora, tem que conviver com mais uma notícia ruim para a economia. Não é sócio Fórum? Quer ganhar 3 livros? Então clica aqui. Segundo o jornal Financial Times investidores passaram a boicotar o Brasil, por conta do descalabro ambiental que tomou conta do país. Após a escalada de preocupação global com os incêndios que devastaram parte da floresta amazônica, que atingiram o pico em agosto, um dos maiores investidores Escandinávia, a “Nordea Asset Management”, desistiu de apostar no país. A empresa, que controla mais de € 200 bilhões em fundos, anunciou a interrupção das compras de dívida soberana, emitida pela nona maior economia do mundo, e examinou suas participações existentes. “Como a Nordea Asset Management está investindo dinheiro em nome de seus clientes, devemos sempre avaliar incertezas políticas e ambientais para gerenciar riscos financeiros”, disse o investidor norueguês, ao ser questionado sobre a suspensão. A decisão fez parte de uma onda de movimentos de gestores de ativos e empresas multinacionais, para limitar o risco de fazer negócios com empresas ou entidades brasileiras expostas ao desmatamento. Assim como fez a varejista sueca H&M, que parou de comprar couro brasileiro, com medo de contribuir para os danos ambientais na Amazônia. O que fará Paulo Guedes? Pedirá um AI-5 para investidores internacionais? Fico curioso em saber como o governo e, principalmente, o ministro da Economia irão balizar mais esse vexame internacional, uma vez que por lá as bravata, ameaças e gritarias são ineficientes. Vale lembrar que na semana passada uma ONG social, mantida pelas principais corporações no Brasil, também já havia criticado duramente o governo. O que só reforça meus alertas de que o governo se encontra encurralado e que a agenda econômica quebrou. Vamos ver como vão reagir o agronegócio e a bancada ruralista, principais fiadores e militantes durante a campanha de “Seu Jair“.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.