Crise não é constitucional, mas do modo de produção

Andrea Caldas avalia: "O neopentecostalismo e sua religião de resultados, sem nenhuma ética, é a religião do capitalismo decadente que precisa justificar a aniquilação de forças produtivas"

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Escrito en OPINIÃO el
A crise que explode, no mundo inteiro, não é uma crise constitucional. É uma crise do modo de produção.
O capitalismo não é mais capaz de prover a felicidade e o bem comum, sustentáculo da tese da meritocracia. A especulação financeira substituiu a produção. O capital morto é sobrevalente ao capital produtivo.
Uma sociedade baseada em capital morto se ergue sobre forças mortis como a guerra, a prostituição, o narcotráfico, a milícia, o fanatismo.
Weber teorizou a ética protestante como o espírito do capitalismo ascendente.
O neopentecostalismo e sua religião de resultados, sem nenhuma ética, é a religião do capitalismo decadente que precisa justificar a aniquilação de forças produtivas.
Uma religião que investe contra indígenas, gays, mulheres, pretos e pobres - fazendo o serviço necessário ao darwinismo econômico.
Para tempos de morte, temos uma religião castradora e punitivista.
Só poderemos ser alternativa de futuro se ousarmos anunciar um programa de vida.
De vida das pessoas e do planeta.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.