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OPINIÃO
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"Para ganhar as ruas é necessário o terror"
(Joseph Goebbels)
Esse humilde blogueiro não acredita em coincidências. Principalmente em eventos que assumem forte simbolismo político. Nesses casos temos sincronismos, ou “coincidências significativas”. Desde o incêndio do Reichstag em 1933 na Alemanha, quatro semanas depois de Hitler ser empossado chanceler, eventos trágicos cercados com coincidentes lucros políticos (para os nazis o incêndio caiu como uma luva para incitar o presidente Hindenburg a prender os suspeitos comunistas de sempre) passaram a ser vistos com desconfiança. Eventos como o ataque japonês à base americana de Pearl Harbor em 1941 (abriu a possibilidade para Roosevelt pegar a sua fatia na torta da guerra) ou o ataque ao arranha-céu WTC em 2001 (deu a plena oportunidade para Bush rearticular toda a política externa dos EUA no século XXI com a “guerra antiterror”), foram a posteriori chamados de false flags, inside jobs ou “não-acontecimentos” (Jean Baudrillard) – sobre esse conceito clique aqui e veja links ao final. E aqueles que insistem em considerar que todos esses episódios foram “meras coincidências” ou “fatalidades históricas”, chamam todas essas suspeitas de “teorias conspiratórias”. O incêndio e desabamento de prédio com 24 andares na madrugada de primeiro de maio no Centro de São Paulo começou a revelar nos dias posteriores seus sincronismos, coincidências, recorrências e anomalias. Assim como nos atentados na Europa nos últimos anos que convenientemente criaram mais plots para a narrativa da guerra antiterror da mídia corporativa internacional. Em meio a todos os sincronismos, anomalias e recorrências que são revelados nos dias subsequentes da tragédia arquitetônica (o edifício Wilton Paes de Almeida era um marco da arquitetura modernista) e humana (o descaso do Estado com o direito à moradia), aos poucos também vem sendo revelado o plot que o episódio veio reforçar. Um plot já presente na intervenção militar no Rio de Janeiro: passado o PT e a corrupção como os grandes inimigos internos, agora entra em cena o crime organizado – jornais Folha e O Globo noticiam que a polícia de São Paulo vai investigar se o PCC controla os prédios ocupados na cidade. Enquanto a grande mídia chama as ocupações de “invasões” com viés criminógeno para os movimentos sociais. Será que o desabamento do prédio, que já foi ocupado pela Polícia Federal, é o incêndio do Reichstag do governo do desinterino Temer? [caption id="attachment_133127" align="aligncenter" width="640"]
Das “coincidências significativas”
(a) De 365 dias no ano e de 70 prédios ocupados de uma área que se estende do Centro velho até os Jardins (com prédios em situação análogo ou até pior que o do Largo do Passandú) o sinistro atingiu exatamente o edifício Wilton Paes de Almeida na madrugada de primeiro de maio, feriado do Dia do Trabalhador. A ironia é que os ocupantes são trabalhadores sem tetos que viram o dia reservado à sua homenagem dominado por uma catástrofe. (b) E não foi um prédio qualquer, mas uma joia arquitetônica tombado pelo Patrimônio Histórico. A filha do arquiteto que projetou o prédio, Roger Smekhol, preparava-se para gravar cenas sobre o prédio paulistano no seu filme. Segundo Denise Smekhol, seria uma das dez obras brasileiras que apareceriam no documentário – clique aqui. (c) O edifício fazia parte do cenário da segunda temporada de 3%, série brasileira da Netflix. O prédio degradado integra o continente brasileiro futuro em que moradores estão imersos na miséria e violência e sofrem de falta de água e alimentos. E submetido a um processo seletivo meritocrático criado pela elite em que somente 3% conseguem escapar do deserto brasileiro. Sugestivo, não? - sobre a série, clique aqui. [caption id="attachment_133128" align="aligncenter" width="640"]
Das Recorrências
A principal é que o incêndio no edifício Wilton Paes de Almeida é a repetição de uma lista interminável de incêndios em favelas e terrenos ocupados na cidade – só em um ano já foram contabilizados 200. Por exemplo, em um levantamento feito pela Rede Brasil Atual mostrou que fogo em favelas é mais recorrente nas áreas de grandes intervenções voltadas à valorização imobiliária, com construção de parques e avenidas. O mapa criado pela pesquisa demonstrou a estranha “coincidência” em incêndios nas quatro áreas de operações urbanas (instrumento de intervenção política no espaço urbano, previsto no Estatuto da Cidade de 2001): Água Branca, Centro, Faria Lima e Água Espraiada. E mais três que serão iniciadas: Lapa-Brás, Rio Verde-Jacu e Mooca-Vila Carioca – clique aqui. E os incêndios seguem essas operações urbanas. Nesse contexto, o anúncio de um empreendimento residencial no Centro lançado recentemente na rua Antônio de Godói seria mais uma “coincidência significativa”: na imagem do folheto de propaganda foi eliminado digitalmente o edifício Wilton Paes de Almeida, “limpando” a vista da região - veja imagem abaixo.
Das anomalias
(a) Brasileiros têm participado em fóruns de discussões do Reddit (site de mídia social dos EUA) e o Metabunk.org (fórum de discussões dedicado à investigação científica para desmascarar boatos e notícias) apontando anomalias no incidente do Centro de SP. A primeira delas, de que nas mais de duas horas de incêndio, os bombeiros nada fizeram para tentar apagar o fogo. Assistiam ao prédio arder, procurando apenas salvar vítimas. Como se aguardassem a demolição para, depois, fazer o rescaldo - clique aqui. (b) Engenheiros e especialistas do AE911Truth apontam para ejeções da parede sudoeste do prédio nos segundos anteriores ao desmoronamento como ação de pequenos explosivos (“nanothermites”), além de efeitos piroclásticos como “súbitas acelerações”, “ejeções de poeira” que seriam indícios de uma demolição controlada – clique aqui. Veja imagem abaixo.
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Quem ganha?
(a) Grande Mídia:
O sinistro do edifício atenuou a tensão da atual política de controle de danos pós prisão de Lula: depois de anos como verdadeiro partido de oposição, açodando grupos de extrema-direita para criar a crise política que culminou com o impeachment e a prisão de Lula, agora às pressa a grande mídia tenta aparentar imparcialidade com o discurso de que “a lei é para todos” e muito conteúdo "politicamente correto" no jornalismo e entretenimento. Chegando até a criar uma “cinderela de esquerda” no reality BBB18 (clique aqui). Forçosamente a mídia corporativa teria que abrir espaço às manifestações “Lula Livre” nos telejornais no Dia do Trabalho dentro da atual política de controle de danos. A tragédia do incêndio e desmoronamento literalmente serviu de cortina de fumaça (desculpe o trocadilho...) diversionista à inevitável tensão política do dia primeiro de maio. Enquanto seu jornalismo com o viés de busca de “vítimas e heróis exemplares” (o bombeiro que tentou salvar a vítima que despencou junto com o desmoronamento) para supostamente humanizar a cobertura, no chão os repórteres davam o toque de higiene social: enquanto as câmeras mostravam o drama humano dos sem tetos dormindo ao relento junto com seus poucos pertences, o repórter da Globo preferia destacar o lixo acumulado por eles no Largo do Paissandú. Numa cobertura digna dos cinejornais de propaganda nazista fazendo a cobertura dos judeus no Gueto de Varsóvia na II Guerra Mundial. >>>>>Continue lendo no Cinegnose>>>>>>>
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