Enquanto a filósofa Marcia Tiburi teve seu perfil totalmente bloqueado pelo Instagram, a acusada de disseminar fake news Bárbara Destefani recebeu o selo de verificado do Twitter na virada do ano. A marca é dada a contas que representam ou que estão associadas "a um indivíduo ou marca proeminentemente reconhecida" de acordo com os critérios de notabilidade da plataforma.
O canal de Bárbara no Youtube, o "Te Atualizei", foi desmonetizado após se enquadrar em um inquérito conduzido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por acusações de fake news contra o processo eleitoral. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes chegou a pedir a quebra de sigilo de identidade do perfil no Twitter por ser batizado de @Taoquei1 e não levar o nome dela.
O perfil de Bárbara já fez ataques ao STF, apoiou as manifestações antidemocráticas e espalhou fake news relacionadas a vacina contra a Covid-19. Além disso, com frequência ela defende a cloroquina, que foi provada não ter eficácia no tratamento contra a doença.
O nome da bolsonarista também é citado no relatório final da CPI da Covid-19 entre os blogueiros que ajudaram a disseminar desinformação durante a pandemia.
Em nota enviada ao "O Globo", o Twitter afirmou que não comenta verificações caso a caso. "Fizemos uma revisão da nossa política e recentemente anunciamos a abertura do processo de solicitação para verificação de perfis. Com a atualização, as pessoas podem submeter solicitações e, caso atendam aos critérios de acordo com a política, o selo é concedido", complementou.
Por que Marcia Tiburi foi bloqueada do Instagram
A filósofa Marcia Tiburi, uma das mais notórias críticas do governo de Jair Bolsonaro no meio acadêmico brasileiro, informou na tarde desta terça-feira (4) que seu perfil no Instagram foi totalmente bloqueado, sem que qualquer atividade que viole as regras da plataforma tenha sido cometida. A professora diz ainda que uma live da qual participaria no último sábado (1°), cujo tema era “Precisamos falar sobre Bolsonaro”, teria sido censurada pela rede social antes mesmo de começar.
“Antes desse bloqueio, sábado fui fazer uma live em um ciclo que se chama “Precisamos falar sobre Bolsonaro” e fui impedida de fazer. Alegaram que eu havia ferido as regras da comunidade. Venho sofrendo muitos ataques por lá, tenho denunciado muito e bloqueado muita gente. As mesmas hordas que me atacam devem estar me denunciando também. Esses exércitos de milícias midiáticas não param, são muitos robôs e eles agem sem parar, e eu critico muito o governo, todo mundo sabe disso”, explicou a oposicionista.
Após esse impedimento, Marcia conta que passou por outros problemas com a rede social antes de ser impedida de publicar em seu perfil e de ter todas as ações limitadas pela gestão da plataforma.
“Fui postar um vídeo de um filme brasileiro que estreou na França antes de estrear no Brasil, escrevi e na hora de postar apareceu essa mensagem (Tente mais tarde. Nós limitamos certas atividades para proteger a comunidade)”, relatou.
Ainda de acordo com a professora universitária, na tarde desta terça-feira (4), ao tentar realizar qualquer tipo de ação em sua conta oficial, percebeu que estava absolutamente impedida pelos administradores do serviço digital.