A Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”, colocou uma habilidade inusitada em seu currículo Lattes: a participação nos atos golpistas promovidos por Jair Bolsonaro (PL) no dia 7 de setembro do ano passado.
A plataforma Lattes é um reservatório de currículos acadêmicos do país, no qual os pesquisadores devem listar o que têm produzido em suas áreas de atuação, como artigos, livros e cursos. Na parte de "produção técnica", Mayra resolveu incluir participações em entrevistas, mesas redondas, programas e até mesmo comentários na mídia.
Além da participação nos atos antidemocráticos, colocada de forma bastante aleatória no currículo, a "capitã cloroquina" incluiu entrevistas a programas da extrema direita, como o "Direto ao Ponto", da Jovem Pan, e o canal no Youtube de Antônia Fontenelle.
Na época dos protestos, Mayra publicou mensagem em suas redes sociais chamando bolsonaristas a saírem às ruas e publicou vídeos aparentemente feitos por ela durante os atos.
As manifestações golpistas contaram com a participação de Jair Bolsonaro e seus apoiadores no dia 7 de setembro. Os atos tinham com principal pauta a destituição de ministros do STF e pregavam uma ruptura institucional.
Com pautas antidemocráticas, as manifestações tinham como objetivo cacifar um suposto apoio da população ao chefe do Executivo em meio a sucessivos revezes no Supremo Tribunal Federal (STF), que vem investindo contra a organização de atos golpistas e divulgação de fake news.