Ministros do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) procuram se desvencilhar das manifestações do dia 7 de Setembro. Muitos deles, de maneira discreta, evitam até mesmo responder sobre a participação nos atos e, além disso, manifestam desacordo com o acirramento institucional e constrangimento com a forma autoritária dos protestos e a convocação feita por Bolsonaro para aderirem aos atos.
Apesar de orientados por assessores a não confrontar com a visão autoritária e golpista do presidente, muitos deles preferem falar em distensionamento. Boa parte evita até mesmo comentários em pronunciamentos e nas redes sociais sobre o convite público feito pelo presidente para eventos cuja pauta inclui a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a adoção do voto impresso, ambos assuntos superados no Congresso. Muitos podem aceitar o convite, mas não escondem incômodo.
Bolsonaro convocou todos os ministros durante live, no último dia 26 de agosto: “Da minha parte estou convidando ministros, sem qualquer constrangimento. Quem não puder comparecer não compareça. Se tiver outro compromisso, não precisa cancelar. É para demonstrar a todos que nós estamos unidos pelo Brasil”, disse.
Os ministros se esquivaram durante toda a semana passada de responder à reportagem do Estadão se acompanhariam o presidente. Bolsonaro reforçou o convite durante evento conservador, neste sábado (4), em Brasília. “Qualquer ministro meu, qualquer um deles, ou todos eles, estão convidados a participar comigo desses eventos”, afirmou.
Bolsonaro disse que irá às concentrações de apoiadores na Esplanada dos Ministérios, no Dia da Independência, de manhã, e na Avenida Paulista, à tarde. O Estadão apurou que a equipe de segurança do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foi colocada de prontidão para realizar os deslocamentos, embora não façam parte da agenda oficial do presidente.
Até o momento, apenas dois ministros que fazem parte do núcleo duro de Bolsonaro confirmaram participação: A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves e o ministro do Trabalho e Previdência Onyx Lorenzoni.
Com informações do Estadão