O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, admitiu em depoimento à CPI do Genocídio que conheceu o cabo da PM de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti na noite do dia 25 de fevereiro, durante um “chopinho” num restaurante de Brasília, e já na manhã seguinte, dia 26, encaminhou um e-mail solicitando uma reunião com o militar estadual para aquela tarde, manifestando interesse em adquirir as supostas vacinas oferecidas pelo policial, que seria um representante da empresa norte-americana Davati Medical Supply.
O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), membro da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as ações do governo federal na pandemia, estranhou a rapidez com que as tratativas sobre imunizantes se desenrolaram, e questionou o depoente: “O senhor marcou um encontro, uma agenda oficial, no Ministério da Saúde, já no dia seguinte (26), às 15h... Com outras vacinas tinha essa celeridade toda? Havia essa celeridade?”.
Roberto Dias procurou fugir da pergunta comparativa de Randolfe, lembrando que não era atribuição dele negociar a compra das vacinas que seriam utilizadas para imunizar a população brasileira. “Eu não tratei de negociação de outras vacinas, a celeridade ou não de outras vacinas, caberia à negociação e ao rito de negociação da secretaria Executiva do Ministério da Saúde”, desconversou.