O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), que exerce a chefia da Casa interinamente, no lugar de Arthur Lira (PP-AL) foi ao seu perfil oficial no Twitter nesta quarta-feira (21) falar mandar Bolsonaro “ser homem e reconhecer publicamente que sua verborragia e desejo de proteger os filhos o fez cometer uma covardia com tocou uma pauta que era de interesse de seu governo”.
Ramos referia-se à votação do fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, aprovado semana passada na Câmara e no Senado, que era o desejo da bancada de apoio ao presidente da República, do próprio governo e que contou com votos favoráveis até de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).
Jair Bolsonaro, que agora faz um jogo de cena dizendo que vetará o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, propondo um valor menor (R$ 4 bilhões), culpa Marcelo Ramos pelo alto custo do fundão e usa a retórica confusa, já que o papel institucional do deputado é apenas de encaminhar a proposta, que foi relatada por Juscelino Filho (DEM-MA).
Para responder às suas hostes ultrarradicalizadas, o presidente da República vem criticando a proposta aprovada do fundo eleitoral, mas não explica porque seus filhos votaram favoravelmente a ela.
A imprensa vem relatando nas últimas horas que a nomeação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil do governo, que implicará na saída do general Luiz Eduardo Ramos do posto, assim como a futura demissão de Onyx Lorenzoni da Secretaria-Geral da Presidência da República (local para o qual será remanejado Ramos) seria uma forma de acalmar o Senado e um punição ao militar e ao deputado gaúcho, que na visão de Bolsonaro seriam os culpados por terem o orientado errado sobre a culpa do deputado Marcelo Ramos no episódio do fundo eleitoral.