O Coletivo Rebento – Médicos em Defesa da Ética – divulgou uma nota pública condenando a decisão do SIMEC (Sindicato dos Médicos do Ceará) de prestar homenagem a Mayra Pinheiro, a Capitã Cloroquina, profissional bolsonarista que ganhou notoriedade na pandemia por prescrever indiscriminadamente o medicamento destina à malária para pacientes com Covid-19, enfermidade para qual o fármaco não tem qualquer eficácia e que pode ainda provocar graves efeitos colaterais.
Segundo médicos que são críticos da iniciativa, inclusive muitos filiados ao SIMEC, a homenagem foi definida exclusivamente pela atual diretoria da entidade e aqueles que se manifestam de forma contrária a ela nas redes sociais do órgão têm seus comentários apagados e são bloqueados por membros do órgão sindical. A informação consta no comunicado oficial do coletivo.
De acordo com o anúncio feito pelo SIMEC em sua página na internet, a entrega da Comenda Sindical Médica será nesta sexta-feira (2), “aos profissionais de Saúde que mais se destacaram em 2020”, ignorando por completo o fato de Mayra Pinheiro ter sido convocada à CPI do Genocídio como investigada, oportunidade em que mentiu reiteradamente sobre vários temas analisados na Comissão.
A justificativa apresentada pelo sindicato para conceder a comenda foi a de que a Capitã Cloroquina "assumiu protagonismo feminino no Ministério da Saúde" e que "destacou-se no combate à pandemia, defendendo um dos princípios fundamentais da Medicina: a autonomia médica".
A cerimônia será restrita aos homenageados e à diretoria do sindicato, que afirma ter optado por esse formato em respeito às normas sanitárias de combate ao Covid-19. O Coletivo Rebento contesta a decisão e afirma que a realização de um evento fechado foi para impedir que médicos contrários à concessão da comenda fosse ao local para protestar.