MPF quer enquadrar Pazuello por improbidade administrativa

Omissões, falhas, uso de cloroquina e atraso na compra de imunizantes são os motivos que levaram os procuradores a acusarem ex-ministro na Justiça. Ação pede também ressarcimento de R$ 122 milhões por parte do general

Eduardo Pazuello - Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
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A Justiça Federal recebeu uma ação de improbidade administrativa contra o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, remetida nesta sexta-feira (2) por procuradores do Ministério Público Federal, em Brasília.

Os documentos ajuizados trazem graves acusações ao general, que ocupou a pasta da Saúde durante 10 meses, no transcorrer da pandemia da Covid-19. Entre os episódios listados estão a omissão no caso do fornecimento de oxigênio para Manaus, em janeiro deste ano, falhas na condução das medidas sanitárias para conter a explosão de casos da doença no país, o incentivo ao chamado “tratamento precoce” (uso de medicamentos comprovadamente ineficazes em pacientes com o novo coronavírus) e o atraso na aquisição de vacinas.

A ação pede ainda o ressarcimento de R$ 122 milhões, montante calculado pelo MPF como o prejuízo total dado pela gestão de Pazuello aos cofres da União, em decorrência de sua ineficiência no cargo. Agora, caberá à Justiça acatar, ou não, as denúncias impetradas por oito procuradores.

“A omissão e a negligência do ex-ministro da Saúde no trato das negociações das vacinas custou caro à sociedade (que sofre os efeitos sociais de uma economia em crise e sem perspectiva de reação), à saúde da população (que amarga índices descontrolados de morbidade e mortalidade por covid-19) e ao SUS (cujos leitos de UTI Covid adulto, só no primeiro semestre de 2020, custaram R$ 42 milhões/dia ou R$ 1,27 bilhão/ mês)”, diz um trecho do documento assinado pelos membros do MPF.