Faleceu nesta quarta-feira (21) a vice-presidenta da associação Mães da Praça de maio, Mercedes 'Porota' Colás de Meroño, que durante décadas denunciou os desaparecimentos de opositores da ditadura da Argentina. Mercedes morreu em sua casa aos 95 anos.
A única filha de Mercdes Meroño, Alicia Meroño, foi sequestrada em uma casa em Buenos Aires, no dia 5 de janeiro de 1978 por agentes a serviço do regime ditatorial (1976-1983). À época, Alicia tinha 31 anos e nunca foi encontrada por sua mãe.
Em carta divulgada por Hebe de Bonafini, a presidenta da associação Mães da Praça de Maio, disse que Mercedes "foi embora devagarinho. Todos os dias morria um pouco desde que sofreu uma fratura no quadril há vários anos".
Na carta também foi lembrado que Mercedes "esteve na Guerra Civil espanhola, onde o seu pai foi fuzilado por ser antifranquista e revolucionário, Ali, além disso, rasparam seus cabelos para que todo o povoado soubesse que seu pai tinha sido fuzilado".
Mercedes Colás nasceu Argentina em 1925, porém, emigrou para a Espanha em 1931 com a sua família. Seu pai, José María Colás, que era um pedreiro anarquista e foi fuzilado em Londoño, povoado de Navarra onde viviam quando ela tinha 11 anos.
Posteriormente, Mercedes voltou para a argentina com sua mãe e seu irmão e aos 14 anos conheceu Francisco Meroño, que era trabalhador têxtil e com quem se casaria e teria a sua filha, Alicia.
Mercedes Meroño era uma líder respeitada ao redor do mundo e, ao longo de sua vida, foi recebida por vários chefes de Estado, entre eles, Fidel Castro, Yasser Arafat, o subcomandante Marcos na floresta de Chiapas, e com os ex-presidentes Luiz Inácio da Silva, Evo Morales, Rafael Correa e Hugo Chávez.