Ocorre desde ontem (26) o 1° Encontro Continental de Jovens Trabalhadores. O evento, organizado pela Confederación Sindical de Trabajadoras e Trabajadores de las Américas (CSA), teve a participação da ex-presidenta brasileira Dilma Rousseff e será encerrado hoje por seu homólogo uruguaio, Pepe Mujica.
O ato, inédito, contou com mais de três mil jovens de 22 países das Américas e teve como objetivos principais a troca de experiências, ideias e ações coordenadas para o combate à discriminação do trabalho surgida com o avanço da forte onda conservadora que varreu a região nos últimos anos.
“Presente que mobiliza o Futuro” foi o lema do encontro e já na abertura, encabeçada pelo secretário-geral da CSA, Rafael Freire, o tom foi de desafio às novas gerações de trabalhadores e trabalhadoras: “É agora que devemos contar com a participação dos jovens nos sindicatos e nas nossas organizações. A juventude é a nossa prioridade”, disse Freire.
Jordania Ureña Lora, a secretária mais jovem da história da CSA, destacou a importância da nova missão do movimento sindical nas Américas, que é a de identificar, reconhecer, ouvir e mobilizar novos grupos de trabalhadores. "Hoje fazemos história. Estamos em um contexto de pandemia, mas esse contexto não nos deixou cair, estamos protagonizando as diferentes lutas e questionando esse modelo discriminatório que não permite que a juventude avance”, salientou.
A ex-presidenta Dilma Rousseff participou do encerramento do primeiro bloco do conferência, que apresentou o tema “As contribuições da juventude trabalhadora para a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável para as Américas”. Removida do cargo após um golpe parlamentar, em 2016, Dilma explicou que o Brasil vive um bloqueio estatal e a extinção de direitos, serviços públicos e a imposição da misoginia, do racismo e do neoliberalismo, perpetrados por seus sucessores.
Hoje (27) será desenvolvido o último bloco temático, denominado “Identidade da Classe Trabalhadora”, que pensará em modelos inovadores de organização sindical que se adaptem às transformações da sociedade e do mundo do trabalho. No encerramento ocorrerá uma conversa com Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, seguida de uma apresentação cultural com o músico brasileiro Chico César.