Justiça ordena a quebra do sigilo bancário do pastor Valdemiro Santiago

A decisão visa investigar se o patrimônio da Igreja Mundial do Poder de Deus confunde-se com o de Santiago

Apóstolo Valdemiro Santiago com Bolsonaro no Planalto (Foto Marcos Corrêa/PR)Créditos: Presidência da República
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A Justiça de São Paulo decretou a quebra do sigilo bancário do apóstolo Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus. A ação visa investigar se o patrimônio da igreja se confunde com o deu seu líder.

A decisão foi tomada pela juíza Monica Di Stasi, da 3ª Vara Cível de São Paulo. A ação também determina a quebra do sigilo bancário de Mateus Machado de Oliveira, presidente em exercício da igreja.

De acordo com informações do UOL, o processo foi aberto pelo proprietário de um imóvel na cidade de Guararema (SP), que exige o pagamento de R$ 22 mil em aluguéis não pagos pela Igreja Mundial do Poder de Deus. A ação pretende que o apóstolo e o presidente em exercício sejam responsabilizados pela dívida.

Porém, tanto Valdemir quanto Mateus alegam que a dívida é da igreja e que não podem ser atingidos pela cobrança.

O proprietário do imóvel afirma que Valdemiro leva uma vida "nababesca" enquanto a igrejas responde a mais de mil processos por dívidas não pagas. Também afirma que há "uma evidente tentativa de se ocultar o patrimônio".

Os advogados afirmam que Valdemiro Santiago "apenas prega a palavra de Deus na Mundial e que "não existe confusão patrimonial entre igreja e a pessoa física do sr. Valdemiro, não havendo nenhuma ligação entre os dois".

Mateus, o presidente em exercício da igreja, declarou à Justiça que não assinou nenhum contrato em nome próprio e que apenas representa a igreja e que, portanto, "não pode ser responsabilizado pela dívida".

A quebra de sigilo foi limitada ao período do contrato, de 28 de agosto de 2018 a 26 de janeiro de 2021.

Valdemiro Santiago é ex-bispo da igreja Universal do Reino de Deus e fundou a Mundial em 1998, na cidade de Sorocaba (SP). Atualmente, a igreja de Valdemiro afirma que possui 6 mil templos presentes em 24 países. O líder religioso foi um apoiador da candidatura de Jair Bolsonaro durante as eleições de 2018.