Dos três que quebraram placa de Marielle, só um não foi preso: saiba quem é Daniel Silveira

Parlamentar tem histórico de ameaças a grupos e parlamentares de esquerda e defende a volta do AI-5

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O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que foi preso na madrugada desta quarta-feira (17), ganhou destaque quando, em comício da campanha do então candidato ao governo do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), hoje afastado do cargo acusado de corrupção, quebrou a placa em homenagem a vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL-RJ).

https://twitter.com/guilherme_amado/status/1361871389825921029

Na foto que rodou o Brasil e o mundo estão: além de Silveira, estão o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ) e o governador afastado por corrupção Wilson Witzel (PSC). Amorim é o único que não foi preso.

https://twitter.com/renatasouzario/status/1361896810474799106

Aliás, Silveira possui um histórico de atritos com os parlamentares do PSOL: o parlamentar, em inúmeras postagens, acusa os partido de ser "narcoterrorista", mas nunca provou tal acusação.

Em suas redes sociais, Silveira se define como "policial militar, conservador, bacharelando em Direito, deputado federal, totalmente parcial e ideológico".

Nas eleições de 2018 foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro com 31.789 votos. Desde então, utiliza o seu mandato para atacar os Supremo Tribunal Federal (STF) e, sempre que pode, defende a reedição do Ato Institucional nº 5, também conhecido como AI-5, ação da ditadura militar brasileira que caçou a liberdade de expressão, cassou os direitos políticos e fechou o Congresso Nacional.

Como parlamentar, até hoje, Silveira tem pouco ou quase nada para apresentar em termos de trabalhos legislativos, porém, se ficou conhecido por quebrar a placa de homenagem à Marielle Franco, o seu nome voltaria a circular ao ser apontado pelo STF como um dos articuladores e financiador dos atos antidemocráticos, que estão sendo investigados.

Em 2019, o deputado, na companhia do deputado estadual Amorim, invadiu o colégio federal Pedro II para realizar aquilo que chamaram de "Cruzada pela Educação". À época alegavam terem recebido denúncias da existência de materiais com "cunho político". Novamente e como de praxe desse grupo político: sem qualquer embasamento ou prova de tal acusação.

Como não tinham autorização para entrar no colégio, a reitoria da unidade chamou a Polícia Federal que escoltou os deputados para fora da escola.

Outro escândalo em Daniel Silveira se envolveu foi quando cuspiu na cara de uma mulher na Universidade Estácio de Sá, em Petrópolis.

Durante a discussão com a mulher, Silveira pergunta a ela se pertence ao PSOL e afirma que a legenda é "um partido de maconheiros, vagabundos e narcoterroristas".

A prisão de Silveira tem repercutido nas redes sociais na manhã desta quarta-feira (17). Entre elas, Fernando Haddad declarou que o mandato do deputado precisa ser cassado para servir de recado para outros extremistas.

“Que o bolsonarismo testa a cada dia o ambiente para o fechamento do regime não há dúvida. O desfecho do caso do deputado preso servirá de alerta. Se ele não tiver o mandato cassado, o recado para Bolsonaro avançar estará claro. Democracia não se negocia”, afirmou Haddad.

https://twitter.com/Haddad_Fernando/status/1361980445462827008