Documentos descobertos no Arquivo Federal da Alemanha comprovam que o pai do candidato ultrarreacionário chileno à presidência José Antonio Kast, apelidado de ‘Bolsonaro chileno’ pela semelhança discursiva e comportamento radical, foi filiado ao Partido Nazista a partir de 1942.
Quem achou a carteira de identidade emitida pelo governo genocida de Adolf Hitler foi o jornalista teuto-chileno Mauricio Weibel, botando fim a uma história que já circulava há algum tempo, mas que sempre fora negada pelo político extremista. Ele alega que seu pai apenas serviu ao exército do Reich em decorrência do serviço militar obrigatório vigente à época da 2ª Guerra Mundial.
Uma foto de Michael Kast, ainda jovem, vestindo a farda nazista já circula pelas redes há muito tempo e foi a partir dela que o filho, o candidato mais votado no primeiro turno da eleição presidencial chilena, resolveu dar a versão de que seu pai fora apenas um jovem alistado nas Forças Armadas do conturbado período.
Há três anos, durante uma entrevista na TV, José Antonio Kast ficou contrariado com um jornalista que lhe fez uma pergunta sobre seu pai utilizando o adjetivo nazista.
“Quando há uma guerra e há um recrutamento obrigatório, um jovem de 17 anos ou 18 anos não tem a opção de dizer ‘não vou’, porque lhe fazem um julgamento militar e o fuzilam no dia seguinte”, respondeu Kast.
O historiador alemão Armin Nolzen, um dos maiores especialista do mundo no regime nazista, disse em entrevista à agência Associated Press que, embora o alistamento no exército fosse obrigatório durante o regime de Hitler, filiar-se ao Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães era algo absolutamente voluntário e que não há qualquer registro de alguém que tenha sido obrigado a isso.