Estudo da Pfizer com a pílula antiviral para COVID-19, que terá o nome comercial de Paxlovid, reduziu em 89% as chances de hospitalização ou morte para adultos com risco de desenvolver doença grave, afirmou nesta sexta-feira (5) a farmacêutica.
O tratamento combinado consiste em três comprimidos administrados duas vezes ao dia.
Os resultados, de acordo com a Reuters, parecem superar os observados com a pílula da Merck, o molnupiravir, que no mês passado reduziu pela metade a probabilidade de morte ou hospitalização para pacientes com COVID-19 também com alto risco de doenças graves.
A Pfizer disse que planeja enviar resultados de testes provisórios para sua pílula, que é administrada em combinação com um antiviral mais antigo chamado ritonavir, à Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA como parte do pedido de uso de emergência que abriu em outubro.
Para serem mais eficazes, os antivirais devem ser administrados o mais cedo possível, antes que uma infecção se alastre.
A chefe do programa da Pfizer, Annaliesa Anderson, disse à Reuters que foi percebida uma alta eficácia “cinco dias após o início do tratamento”. De acordo com ela, “as pessoas podem esperar alguns dias antes de fazer um teste ou algo assim, e isso significa que temos tempo para trata-las e realmente fornecer um benefício de uma perspectiva de saúde pública”.
A empresa não detalhou os efeitos colaterais do tratamento, mas disse que os eventos adversos aconteceram em cerca de 20% dos pacientes tratados e com placebo. Os possíveis efeitos colaterais do ritonavir incluem náusea e diarreia.
A Pfizer disse que atualmente espera produzir mais de 180.000 de caixas do medicamento até o final de 2021 e pelo menos 50 milhões até o final de 2022, dos quais 21 milhões seriam produzidos no primeiro semestre.
Especialistas em doenças infecciosas enfatizam, no entanto, que a prevenção da COVID-19 por meio do amplo uso de vacinas continua sendo a melhor maneira de controlar a pandemia. Nos EUA, apenas 58% dos americanos estão totalmente vacinados e o acesso em muitas partes do mundo é limitado.
A Pfizer também estuda a possibilidade do medicamento ser usada por pessoas sem fatores de risco para COVID-19 grave e também para prevenir a infecção por coronavírus em pessoas expostas ao vírus.