O procurador Geral de Justiça de São Paulo, Mario Luiz Sarrubbo, afirmou em sua denúncia que o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania-SP), acusado de ter importunado sexualmente a deputada Isa Penna (PSOL) no plenário da Assembleia Legislativa em dezembro de 2020, "agiu com clara intenção de satisfazer sua lascívia".
Para ele, o parlamentar praticou atos que "transcenderam o mero carinho ou gentileza, até porque não tinha nenhuma amizade, proximidade ou intimidade com a vítima". De acordo com o procurador, "ele violou o seu dever funcional de exercer o mandato com dignidade".
"Abraço fugaz"
O deputado, por sua vez, afirmou à Justiça que deu um abraço "superficial" e "fugaz" na parlamentar. Ele disse ainda que não teve a intenção de prejudicar ou constranger Isa Penna e que não cometeu assédio sexual. "Nunca houve apalpação de partes íntimas, nunca houve apalpação dos seios, nunca houve encoxada."
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Isa Penna disse que tudo foi muito rápido, pois logo reagiu. "Assim que vi o vídeo, entendi o que tinha acontecido. Não é a intensidade do toque que determina se uma mulher foi assediada ou não", afirmou. "A palavra certa é assediada. Não existe categoria no assédio que nos diga qual é a intensidade necessária para se chamar um assédio de apalpo ou toque. Isso tudo é lamentável."
O Tribunal de Justiça ainda não analisou o caso. No dia 22 de novembro, o Cidadania deve se reunir para decidir se expulsa ou não o parlamentar do partido.
Com informações da coluna de Rogério Gentile, na Folha