A cúpula da CPI da Covid-19 no Senado já traçou uma estratégia para driblar a morosidade do procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, e denunciar Jair Bolsonaro (Sem partido) diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Na prática, a CPI deve enviar o relatório com as denúncias para a PGR, que dará o aval ou não, para sugerir a abertura de inquérito. No entanto, a pouca disposição de Aras em relação ao governo pode colocar empecilhos no processo.
Segundo a jornalista Malu Gaspar, na edição desta segunda-feira (11) do jornal O Globo, integrantes da CPI estão em contato com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que a entidade assuma a denúncia em nome da associação de vítimas da Covid.
“Em caso de eventual desídia do Ministério Público, a parte legítima da ação, ou seja, o público ou parentes de vítimas, tem a possibilidade de ofertar uma ação direta privada ao STF”, disse Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI.
Relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) disse na sexta-feira (1º) que usará mensagens de Whatsapp do celular de Jair Bolsonaro (Sem partido) para denunciar o presidente no relatório final da CPI.
“As mensagens enviadas por Bolsonaro à sua lista de contatos disseminando fake news sobre a vacina da Pfizer constará no relatório, como também constarão outras postagens e declarações do presidente para desincentivar a vacinação. Bolsonaro será responsabilizado por disseminar fake news e desincentivar a vacinação”, afirmou Renan.
Segundo Renan, Bolsonaro dava o início às campanhas de informação que eram disseminadas nas redes bolsonaristas.
“Tudo começava a partir da atuação do presidente, que fazia as postagens e, depois, era seguido pelo gabinete do ódio, por sites bolsonaristas”, disse