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O ex-ministro da Saúde Nelson Teich, que ficou menos de 30 dias no cargo, deu uma entrevista à GloboNews neste domingo (24), onde falou sobre sua saída da pasta. Segundo Teich existia uma diferença sobre como abordar o uso da cloroquina entre ele e o presidente da República, Jair Bolsonaro.
“A opção por antecipar o uso da cloroquina pesou, o presidente achava que era melhor antecipar, e eu achava que não. Houve uma divergência”, disse. “Não houve um alinhamento com o presidente e ele que é o chefe da nação, eu que tinha que sair. Se existe um desalinhamento, não significa conflito. Não anteciparia o uso, esperaria o resultado clínico. Como a posição era distinta eu tinha que sair.”
Para Teich, a posição do Conselho Federal de Medicina e o protocolo do Ministério da Saúde em relação à cloroquina e hidroxicloroquina devem ser revistos, após o estudo divulgado na sexta-feira (22), publicado na renomada revista “The Lancet”, com 96 mil pacientes, que aponta que os medicamentos não apresentam benefícios contra a Covid-19.
Na entrevista, Teich evitou falar sobre Bolsonaro, mas afirmou que “se tem coisas que não sei se funciona, não posso gastar dinheiro nisso”. Segundo ele, no Brasil “cada centavo na Saúde vale ouro”.
“Hoje a gente não entende bem da doença, a estrutura de atendimento não é ideal e há falta de informação." Para ele, um projeto de longo prazo para o ministério é trabalhar num sistema de informação.
Sobre o decreto que incluiu academias, salões de beleza e barbearias como atividades essenciais, Teich disse que é preciso ter um critério, não é possível ter opiniões pessoais sobre o que é essencial. O ex-ministro ficou sabendo da publicação do decreto durante uma coletiva.
Questionado sobre um militar estar no comando da pasta hoje e sobre o presidente defender o fim do isolamento e ir a manifestações, Teich respondeu que “o presidente faz as escolhas dele, tem o comportamento dele e o povo vai dizer o que acha dele, eu não vou julgar”.