Bolsonaro criticou, na manhã deste sábado (29), as pessoas que afirmam terem sido vítimas de tortura e perseguição durante a ditadura. Em vídeo publicado nas redes sociais do presidente, ele conversar com um homem, em frente ao Palácio do Alvorada, que diz ser ex-soldado e que integrou uma operação militar que perseguiu Carlos Lamarca no início dos anos 70, antes de ser morto pelo Exército em 1971 em Ipupiara, na Bahia. O presidente também perguntou ao ex-soldado se ele conhecia um "garoto bem escurinho, o Roberto, um neguinho, neguinho Roberto", mas a resposta foi negativa.
Durante a conversa, uma terceira pessoa, que não aparece no vídeo, diz que o período de ditadura foi de muita tortura. Bolsonaro responde dizendo que "era tudo cascata".
"Isso é papo. A maioria é tudo cascata para ganhar indenização" afirmou Bolsonaro.
Não por acaso, dez dias antes do comentário de Jair Bolsonaro, a Comissão da Anistia rejeitou 307 pedidos de anistia feitos por camponeses que alegam ter sido alvo de perseguição política quando o Exército combateu militantes do PCdoB no interior do Pará, na região do Araguaia, onde guerrilheiros combateram por anos a ditadura militar. De acordo com os processos, os camponeses foram alvo de perseguição, maus-tratos e tortura e muitos alegam que foram presos ilegalmente e usados como guias pelos militares na caça aos guerrilheiros.
Os pedidos rejeitados foram protocolados entre 2004 e 2018.