Youtube censura canal que denunciou magistrado que debochou da Lei Maria da Penha

O canal “Papo de Mãe” ficou horas fora do ar e não recebeu nenhum tipo de justificativa da plataforma

Rodrigo de Azevedo Costa (foto: Facebook)
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A jornalista Mariana Kotscho, responsável pelo blog e canal do Youtube "Papo de Mãe", foi às redes denunciar que o canal havia sido suspendo pelo Youtube.

De acordo com a jornalista, a ação se deu após a publicação de uma série de cinco pequenos vídeos com os trechos de audiências onde o juiz da Vara da Família, Rodrigo de Azevedo Costa, debocha das mulheres e da Lei Maria da Penha.

Segundo a jornalista, ao recorrerem da decisão no Youtube, não foram dadas maiores explicações e apenas um comunicado da rede: “Agradecemos por recorrer da suspensão da sua conta. No entanto, decidimos manter sua conta suspensa com base nas diretrizes da comunidade e nos Termos de Serviço".

Após a denúncia feita pela jornalista, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Comissão de Direitos Humanos OAB/SP emitiram notas de apoio e classificaram a atitude do Youtube como "um ato de censura".

Após a pressão de órgãos e grupos organizados da sociedade civil, o canal foi devolvido para a jornalista Mariana Kotscho. A jornalista Carla Vilhena classificou a decisão do Youtube como "arbitrária" e disse que, mesmo com o fim da censura ao canal, ainda é necessário saber os motivos que levaram a censura do mesmo.

https://twitter.com/carlavilhenaa/status/1342987776531312640

OAB repudia juiz que admitiu ignorar a Lei Maria da Penha

Uma nota conjunta escrita pela direção nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e 23 comissões ligadas à entidade, incluindo o Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, expressaram repúdio às declarações do magistrado Rodrigo de Azevedo Costa, da Vara da Família da Freguesia do Ó, em São Paulo.

O caso foi revelado pela jornalista Mariana Kotscho, em seu site Papo de Mãe. Na matéria, ela mostra os áudios em que o magistrado afirma que “não estou nem aí” para a Lei Maria da Penha durante uma audiência sobre pensão alimentícia e guarda de menores, quando a advogada da vítima lembrou que ela foi agredida pelo ex-marido.